Sergio Moro fala à Câmara sobre mensagens vazadas

Sergio Moro fala à Câmara sobre mensagens vazadas

Ministro da será ouvido nesta terça-feira, a partir das 14h, por deputados federais de três comissões para explicar as conversas entre integrantes da Lava Jato publicadas pelo ‘The Intercept’

Do El Pais

O ministro Sergio Moro participou na tarde desta terça-feira, 2 de julho, de audiência pública na Câmara dos Deputados para falar sobre as reportagens que vem sendo publicadas pelo The Intercept  —e mais recentemente também pela Folha de S.Paulo—, com diálogos entre integrantes da Operação Lava Jato, entre eles o então juiz e o procurador procurador Deltan Dallagnol.

Sergio Moro foi  ouvido a partir das 14h por deputados de três comissões da Câmara: de e Justiça e de (CCJ); de , Administração e Serviço Público; da comissão e Minorias. O ministro da Justiça deveria ter ido à Câmara no último dia 26, mas cancelou a audiência porque estava nos .

Ao Senado, Sergio Moro falou durante oito horas para uma plateia majoritariamente favorável a ele. Desde a publicação da primeira reportagem com as conversas obtidas pelo site de notícias por uma fonte anônima, em 10 de junho, o ex-juiz vem defendendo que não há ilegalidade no teor das mensagens.

saiu da Audiência antes da sessão acabar.

Fonte: El Pais Brasil

Clique para acompanhar ao vivo a transmissão da audiência pública na CCJ da Câmara com o ministro Sergio Moro. TV CÂMARA AO VIVO

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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