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Termografia: nova técnica para diagnóstico do câncer de mama

Novo aliado na luta contra o câncer de mama

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A termografia possibilita detectar tumores ainda em fase inicial. É indolor, não invasivo e não imite qualquer radiação

Uma nova técnica chamada termografia, que possibilita a visualização do calor irradiado pelo para detectar tumores em fase de crescimento, vem se mostrando promissora para fornecer um diagnóstico precoce do câncer de mama e aumentar a chance de sobrevivência do paciente. A técnica deve ser utilizada associada às outras tecnologias estruturais existentes, além do exame clínico.

Detectar o câncer de mama em sua fase inicial é essencial para aumentar as chances de cura do paciente. Todavia, nem sempre os estágios iniciais da doença são diagnosticados precocemente apenas com a combinação do exame clínico e a mamografia. Diante disso, a mestra Jéssica Hipólito de Vasconcelos analisou o tema em sua dissertação de mestrado “Investigações sobre Métodos de Classificação para Uso em Termografia de Mama”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Federal de Pernambuco (PPGEM/UFPE).

O , orientado pela professora Rita de Cássia Fernandes, do PPGEM, analisou a viabilidade do uso da termografia infravermelha para detecção do câncer de mama, através de métodos de classificação de imagens termográficas de mama, que são processadas utilizando câmeras de infravermelho sensíveis e um software que permite a interpretação de imagens em alta resolução. Por meio do registro da radiação infravermelha emitida pelo calor irradiado do corpo, se encontra uma parte do espectro magnético na qual a visão humana não é capaz de identificar. “A termografia é um procedimento de diagnóstico não invasivo, indolor, e com de qualquer tipo de contato com o corpo da paciente, além de não emitir qualquer tipo de radiação, sendo um procedimento confortável e seguro”, afirma a pesquisadora.

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Vantagens

De acordo com Jéssica, a mamografia, a termografiaultrassonografia e a ressonância magnética são as principais técnicas utilizadas no diagnóstico de câncer de mama. Apesar de a mamografia ser a mais importante técnica de imagem para as mamas, há desvantagens, como o fato de ser um exame doloroso, e submeter a paciente à radiação ionizante, além de ser impróprio para com implantes. Em contrapartida, a termografia, para auxiliar na detecção de anomalias mamária, pode detectar tumores ainda pequenos, através dos termogramas, que captam um aumento de temperatura no local e nas vizinhanças onde há uma elevada atividade metabólica das células ígenas. Estas variações na temperatura e alterações vasculares podem estar entre os primeiros sinais de anormalidade na mama.

Ainda segundo a autora do trabalho, a análise das imagens termográficas é feita através de um sistema que contém aquisição de imagens, extração, segmentação, reconhecimento de padrões e interpretação das imagens. No processo, inicialmente, a imagem termográfica é obtida e processada. Em seguida, a segmentação das imagens forma o tamanho e as fronteiras das regiões mais quentes do que o resto da imagem. Após a segmentação, ocorre a extração de características, que se baseiam nas faixas de temperatura obtidas a partir do termograma, determinando os dados para a fase final desse processamento, a classificação da imagem, que mostra o resultado da detecção da lesão suspeita e informa o possível diagnóstico da paciente.

Processo

“Foram avaliados sete classificadores e utilizados 233 termogramas de pacientes do Ambulatório de Mastologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFPE. Os resultados mais expressivos apresentaram altas taxas de acertos e sensibilidade, de 93,42% e de 94,73%, respectivamente, no que diz respeito a classificação ‘câncer x não câncer’. Para um diagnóstico envolvendo as quatro classes consideradas – maligno, benigno, cisto e normal –, as taxas de acerto e de sensibilidade obtiveram resultados menores em comparação ao primeiro. taxas foram de 63,46% e de 80,77%, respectivamente. Apesar disso, os resultados encontrados foram satisfatórios”, destaca Jessica Vasconcelos.

O câncer ocorre quando há uma proliferação excessiva e descontrolada, que se perdura mesmo depois que o estímulo inicial que a ocasionou tenha cessado. De acordo com a mestra em Engenharia Mecânica, em nosso corpo existem 200 mil células cancerosas entre as 60 bilhões que o constituem. “Diariamente, são regeneradas 100 milhões de células sãs no corpo, ou seja, o número de células cancerosas é insignificante e inofensivo a princípio. Porém, quando o sistema imunológico do organismo não as destroem, estas se multiplicam até formarem um tumor”, afirma.

Segundo a autora da dissertação, mais da metade da população vai ser diagnosticada com câncer em algum momento da vida. Esse aumento da frequência no número de câncer se deve ao fato do aumento relativo da população mais velha, além de componentes do meio ambiente e alterações genéticas. Um dos tipos que apresenta taxas de mortalidade elevada, o câncer de mama, é também um dos mais comuns entre mulheres no e no . E na maioria dos casos, a doença é diagnosticada em estágios avançados. “Mas se diagnosticado precocemente e tratado oportunamente, o câncer de mama pode ser considerado um câncer de bom prognóstico”, pontua.

ANOTE AÍ

Fonte: Nossa Ciência

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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