Viva o ENEM (Viva toda LIBERDADE e toda CONSCIÊNCIA)

Viva o ENEM (Viva toda LIBERDADE e toda CONSCIÊNCIA)

O Enem resistirá. Ele NUNCA terá a cara do horror, da perversidade e de todo  o ódio, que dizima e mata a esperança. Nunca.

Marcelo Abreu

Ano que vem, farei o Enem. Mas só o primeiro domingo, dia das provas de ciências humanas, inglês, português (interpretação de textos) e redação.
 
Tá doido que eu vou no outro domingo. Exatas? Física, Matemática..? Nunquinha.
Zero total, papai!!!
 
O Enem resistirá. Ele NUNCA terá a cara do horror, da perversidade e de todo  o ódio, que dizima e mata a esperança. Nunca.
 
Mesmo que psicopatas de todos os graus assim desejem todos os dias. E como eles têm tentando. E como tentam. Em todas as áreas. Todos os dias.
 
Nem assim.
 
Servidores, resistam!!! Não se calem. Contem os horrores.
 
Zé Ramalho não morreu.
 
Adorei a questão 70, de interpretação de texto.
 
Não poderia ser melhor. A resposta B é perfeita. O momento é este.
 
A ESCURIDÃO E O HORROR PASSARÃO.
 
Como passa toda a noite.
 
Marcelo Abreu – Cronista. Jornalista. 
 
Pode ser uma imagem de texto que diz "enem unitormizaçao das intormaçoes, Questão Voces que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber Ê, ô, ô, vida de gado Povo marcado E, povo feliz! ZE RAMALHO.A Apeleja do diabo com o dono do céu. Rio de Janeiro: Sony, 1979 (fragmento). Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da canção lançada em 1979? Militância política. Passividade social. Altruismo religioso. Autocontrole moral. Inconformismo eleitoral. E BRANCO. 1*Aplicação Anam2021"
 
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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