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Vivências Feministas para Mulheres Jovens

Vivências Feministas para Mulheres Jovens

Vivências Feministas para Mulheres Jovens

Por Leticia Bartholo

Sambe. Antes de tudo, sambe, porque a vida é movimento. Ame e deixe a vida lhe distribuir afetos aos montes. Quem inventou que quem tem muitos amigos não tem nenhum foi certamente alguém não muito talentoso ou talentosa para amizades. Tenha amigos, cultive-os, abrace-os e lhes faça juras de amor. Amizade é amor que fica.

Se permita gostar de meninas, de meninos, e de meninos e meninas, como lhe for mais aprazível. A vida é dura com quem não segue os padrões tradicionais, mas é triste para quem os segue por convenção. Entre a aridez da batalha pelo amor e a tristeza de uma vida de aparências, opte sempre pela batalha.

Se gostar de meninos, fique atenta ao machismo, mas não se limite por ele – há camaradas bacanas por aí. Lhe sugiro que escolha os homens criativos com a boca (e não me refiro aos que falam papibaquígrafo, claro). Possivelmente serão menos machistas. Possivelmente gostarão mais de ti. Nunca se dê o pouco amor que é comum nas mulheres de 20. Se ame aos 20 como quem tem 30. Aos 30, como quem 40 e por aí vai. Aceite-se. Arrisque-se. Mas não se sujeite nunca à , de nenhum tipo. Você é mulher, infelizmente precisa se preocupar com isso. Sambe.

Não fique com alguém que lhe deixe estruturalmente insegura. Não fique com alguém a quem você deixa estruturalmente inseguro. Problemas estruturais não se corrigem com reformas e o amor quer morada de serenidade. Se puder e quiser, permita-se à batalha pela vida investida no ato de parir. Parir transforma. Sendo mãe, faça o melhor, mas não se exija demais. O mundo é cruel com as mães, você vai perceber. Não mantenha uma relação pelos filhos. Eles sobrevivem às separações, mas o coração morre quando embotado por conveniências. Lembre-se: antes de ser mãe, você é mulher.

Ame leve: o amor precisa de respiros em nuvens. Mas ame intenso, que ao amor também agrada ofegar. Não tenha medo. É preciso se deixar envolver para se desenvolver. Isso vale para o amor e para todos os bons combates. Envolva-se na luta por justiça e por igualdade. Afete-se com a maldade humana, mas nunca, definitivamente nunca, se deixe amargurar por ela. No dia em que a maldade humana nos amargurar, ela venceu.

Por fim duas dicas muito práticas: nas consultas ao dentista, evite tensionar o maxilar ao manter a boca aberta. É inútil e causa dor. O mesmo princípio vale para consultas ginecológicas de rotina. E, em torno do desânimo, desespero ou desamor, floresça e sambe.

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Texto: Leticia Bartholo. Socióloga, feminista e mãe. Adora sambar. Arte: Daniel Pxeira. Sociólogo, pai e rabiscador. Samba direitinho.

 

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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