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XA´PURI, TUA HISTÓRIA

XAPURI, TUA HISTÓRIA

Xapuri, Tua História
 
“Um exército de nordestinos/ Se formava sob a floresta acreana.”
 
 
Em 6 de agosto de 1902
Na boliviana
Um exército de nordestinos
Se formava sob a floresta acreana.
Liderados por um gaúcho estrategista
Tomaram Mariscal Sucre de assalto
Para a felicidade de e seringalistas.
Em 22 de agosto de 1904
Por força de um Decreto
Aquele singelo povoado
Por Vila Xapuri
Ficou sendo chamado.
Um ano depois dessa nova realidade
Xapuri foi elevado à categoria de cidade.
Xapuri ficou grande
Com o objetivo de descentralizar a administração
Foram criados distritos
Nos arredores de cada importante barracão
Facilitando a vida dos seringalistas
Evitando que o seringueiro
Ficasse muito tempo
Longe da sua colocação.
Em 09 de maio de 1908
A resolução número vinte e seis
Anexou mais territórios para Xapuri
Nessa data foram criados os distritos:
Alto Xapuri, Iracema e Porvir.
Em 23 de fevereiro de 1910
Próximo ao infinito
Com a resolução número quinze
Foi criado mais um distrito
Onde hoje é o município de Assis
Um dos mais distantes do Sul
Em 1910 foi chamado
De Distrito Paraguassu.
No dia 09 de maio de 1911
Pela Resolução vinte e dois
Xapuri expandiu ainda mais o seu céu
Nessa data foram criados os distritos:
Porto Carlos, São Pedro e Montevidéo
Em1937,
O berço da Revolução Acreana
Aparece constituído de 12 distritos:
O distrito sede Xapuri, Albrácia, Alto Xapuri,
O Fronteira, Humaitá, Iracema, Montevidéu, Paraguassu, Porto Carlos, Porvir, São Pedro
E Vila Brasíla, esse eu não preciso da prosopopeia
Para informar que é o atual
Município de Brasiléia.
Estou finalizando por aqui
 
Milton Junior – Poeta Acreano 
 
XAPURI, TUA HISTÓRIA
Foto: Acervo Milton Menezes Junior

HINO DE XAPURI

Lei nº /1993 – “Oficializa e regulamenta o Hino Municipal de Xapuri e dá outras providências”

O Hino de Xapuri tem como autor da letra, o cearense de Fortaleza, nascido em 02 de fevereiro de 1921 “Fernando de Castela Barroso de Almeida”, radicado no Acre em 1943.

Trabalhou cortando seringa no Seringal Liberdade, no Alto Purus, escolhido para ser escrevente e redator de cartas do patrão, logo passa a ser gerente e anos depois mudar-se para Manuel Urbano. E logo em seguida fixa residência em .

Escritor, poeta e jornalista, publicou as obras literárias Poesias Matutas e Poesias ao Deus Dará. Segundo o mestre Zuca, seu amigo, a letra do Hino de Xapuri foi escrita em Rio Branco-AC.

A música do Hino de Xapuri foi instrumentalizada pelo mestre de música Sargento JOSÉ LÁZARO MONTEIRO NUNES, falecido na cidade de Rio Branco, em 07 de setembro de 1988, aos 59 anos de idade.

Letra e Composição: Fernando Castela Barroso de Almeida

I

Página viva da história acreana

recebe o nosso afeto e gratidão

reverente o teu povo se irmana

neste hino que é hino e oração

II

Terra , terra gentil

És Princesa do Acre, Glória dos acreanos Orgulho do Brasil

III

Teus bravos filhos, afoitos pioneiros

Deste amado e gloriosos rincão

Xapuris que se armaram guerreiros

Neste berço da Revolução

IV

Que o exemplo de tanta afoiteza

De indomável, coragem e ardor

Seja aos novos, lição de grandeza

E esperança de paz e de amor

V

Xapuri nosso berço e agasalho

Nós herdeiros da herança viril

No teu chão plantaremos trabalho

Para glória do nosso Brasil.

Fonte:  Prefeitura de Xapuri 

 

SIGNIFICADO DA PALAVRA XAPURI

Embora não exista uma tradução literal para a palavra Xapuri, há conhecimento de que existiu na região do das barrancas do rio Acre um povo indígena, os Xapuris, hoje extinto. Segundo a pouca literatura existente, Xapuri quer dizer “rio antes”. Em livre tradução: “o princípio das coisas”, o que vem antes, o que tem que ser feito. 

CHICO MENDES 

Francisco Alves Mendes Filho, , o filho mais famoso de Xapuri, foi assassinado pelas forças do , em 22 de dezembro de 1988, em sua casinha azul e rosa de uma rua pacata da cidade que tanto amou.

XAPURI, TUA HISTÓRIA
Foto: Alice Leão/Agência de Notícias do Acre

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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