Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Anel de Tucum – História e Significado

Anel de Tucum – História e Significado

Para quem nunca ouviu falar do Anel de Tucum, neste conteúdo irá conhecer o seu significado, que remete aos tempos em que negros e índios eram explorados na sociedade, na época do Império no Brasil…

Enquanto a classe dominante usava joias, os negros e índios confeccionavam seu próprio anel, a partir da semente de uma palmeira, comum da Amazônia, denominada Tucum. Os senhores de engenho e as sinhás, em seus matrimônios usavam anéis de ouro, mas os escravos o faziam com o Anel de Tucum.

No período da escravidão no Brasil, o Anel de Tucum, simbolizava para os escravos, símbolo de amizade, união e resistência na luta pela libertação. Esse anel então, se tornou para as camadas sociais oprimidas, um símbolo de aliança e parceria.

O uso do Anel de Tucum na atualidade

Devido à sua origem, este anel, nos dias de hoje, passou a ser considerado símbolo das causas indígenas e populares e, geralmente, quem o usa quer expressar que é a favor delas e as apoia.

Posteriormente, os cristãos católicos também aderiram ao uso do Anel de Tucum, o transformando em símbolo de fé, libertação e humildade.

Jovens atualmente optam por usar esse anel como forma de sinalizar que defendem a causa pela igualdade e justiça social. Outras pessoas o utilizam apenas como enfeite e adorno, sem se dar conta de seu real significado. Pelo seu significado histórico, o anel de Tucum se tornou um símbolo da aliança com a causa dos mais simples, desfavorecidos e humildes. Geralmente, quem usa o anel, expressa sua identificação com as causas que têm os ideais da igualdade, justiça e solidariedade para os mais necessitados.

O Anel de Tucum – o documentário

Em 1994, Conrado Berning, cineasta ganhador de diversos prêmios nacionais e internacionais, fez um documentário sobre “O Anel de Tucum”. Nesse filme, um dos entrevistados é o bispo Dom Pedro Casaldáliga. Ele dá a seguinte declaração: “Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas consequências. Você toparia usar o anel?”

Curiosidade

À título de curiosidade, o famoso cantor sertanejo Luan Santana, faz uso desse anel, o que tornou este adorno simbólico mais conhecido pelas pessoas.

Félix artesão do Anel de Tucum há três décadas

No Brasil temos um artesão, chamado Félix, que vive no Piauí e mora na zona rural de Esperantina, que confecciona este anel há três décadas e de forma bem rústica. Assistam este vídeo do Canal Chico Museu TV Cultural, publicado em 2016, no qual ele se apresenta e mostra os anéis que ele mesmo faz.

O maior valor do Anel do Tucum está em seu significado!

O valor do Anel de Tucum, diferente de uma joia de metal precioso, está mais atrelado a seu simbolismo do que à questão material. O preço do anel é quase nulo e esse desprendimento, coincidentemente, tem relação ao seu simbolismo, atrelado aos desfavorecidos e à uma existência mais simples e igualitária para todos.

Os materiais utilizados são todos naturais e a confecção realizada de forma rústica e manual reforçam, ainda mais, o significado que lhe é atribuído: Anel de Tucum: o Símbolo da Simplicidade!

Fonte: Greenme
 

Block

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

REVISTA

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados