Ipês de Brasília: espetáculo da natureza!

IPÊS DE BRASÍLIA: ESPETÁCULO DA NATUREZA!

Ipês de : espetáculo da natureza!

Brasília, sua linda, seus ipês floridos estão de novo divinos e maravilhosos.

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O amigo Eric Stoner postou no Facebook fotos deste seu pé de ipê, clicado por Christopher Stoner na -Classe da 210/211 Norte. Imagina que este é só um dos 150 mil espetáculos da natureza que as suas frondosas árvores de ipê roxo, rosa, amarelo e branco vão nos oferecer daqui pra setembro, em prenúncio da primavera.

Alguém já disse que os ipês florescem para acalmar nossos . Pois pra mim os ipês florescem pra renovar nossas energias. Justo quando bate o frio e o sente o baque da , despudorados, os ipês se despem das folhas e se engravidam de exuberantes, vivas, estonteantes. Pronto: tá feita a festa, mesmo pra mais cansada!

SOBRE OS IPÊS 

Os ipês são parecidos, mas não são iguais. Cada qual floresce a seu , vindo primeiro o roxo e o rosa (junho a setembro), depois o amarelo (julho a setembro) e por fim o branco, que é o mais raro e o mais sensível – floresce de agosto a outubro, mas apenas por dois a três dias, esse entojado! O verde, em Brasília, eu não nunca vi com flor, mas dizem que flora de dezembro a março.

Embora a grande maioria dos ipês de Brasília sejam do mesmo gênero, além da das diferentes épocas de floração, cada Tabebuia tem suas próprias características. Segundo o Blog da Frau:

Ipê-branco – Tabebuia-roseo-alba – árvore com altura entre 7 a 16 metros de altura, diâmetro do tronco varia entre 40-50 centímetros. As floradas duram 2 ou 3 dias e pode ser usado na arborização das calçadas.

Ipê-roxo-de-bola – Tabebuia impetiginosa – – árvore com altura de 8 a 12 metros, tronco com diâmetro de 60 a 90 centímetros. Deve ser plantado distante do calçamento e construções.

Ipê-amarelo – Tabebuia serratifolia – – árvore atinge de 5 a 25m de altura, com tronco de 20 a 90 cm de diâmetro. A árvore não deve ser plantada próximo a residências ou em calçadas públicas, pois suas podem danificar o calçamento ou a rede de esgoto.

Publicado originalmente em 3 de julho de 2016

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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