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BOLO DE BANANA ROSA MARIA

BOLO DE BANANA ROSA MARIA

Bolo de banana Rosa Maria

Rosa Maria chegou a nossa casa há pouco mais de 10 anos e trouxe com ela o melhor bolo de banana que conheço

Por Lúcia Resende

Minha parceira nos afazeres da casa e na feitura dos quitutes, sua especialidade é mesmo este bolo. Por uma década fiquei acomodada; tinha banana sobrando, a tarefa era dela, e o lanche estava garantido. Tempo passou, e nada de eu aprender a fazer a delícia.

Agora, nestes tempos de Covid-19, Rosa Maria foi pra casa, para se proteger, e eu, que cá fiquei, tive de assumir, entre outras tarefas, a de fazer o bolo de banana da Rosa, porque virou costume, e a turma cobra!

Para este registro, resolvi batizar o bolo com o nome de quem me ensinou, claro!

 

Ingredientes

4 ovos

1 ½ xícara de açúcar cristal (eu uso demerara)

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara de óleo

1 pitada de sal

1 colher de sopa de fermento em pó

Canela a gosto (uma colher, pelo menos)

6 a 8 bananas (nanica)

 

Modo de Fazer

No liquidificador, bata os ovos, o óleo, o açúcar (reserve umas 4 colheres), o sal e 3-4 bananas (depende do tamanho). Despeje numa vasilha, adicione a farinha peneirada com um pouco de canela e misture.

Por último, acrescente o fermento e despeje na assadeira (untada e polvilhada com farinha).

Fatie as bananas restantes no sentido do comprimento e coloque por cima da massa. Misture a canela com o açúcar reservado e polvilhe as bananas. Asse em forno 180-200 graus. Depois, é saborear!

Lúcia Resende

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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