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A Lenda do Lobisomem

Passou o Carnaval, vieram as Cinzas, entramos na Quaresma. É hora de precaução. Afinal, diz a lenda que é agora que o lobisomem ataca.

Desde que o mundo é mundo e que os 12 deuses habitaram o Olimpo, tem-se notícia de um ser meio homem meio lobo que ataca às madrugadas de terças e sextas-feiras, sem escolher lugar. E dizem também que os ataques acontecem com mais frequência nas noites de lua cheia e que, na Quaresma, com mais intensidade.

Por aqui, o lobisomem chegou nas caravelas dos portugueses, fez morada e multiplicou-se. Em uma casa de sete filhas, se nascer um homem, não escapa, vira lobisomem. Tem gente até que desdenha dessa crença, mas ninguém ousa desafiar o que dizem os mais velhos. E não existe que não tenha uma história de lobisomem pra contar, nem que seja de ouvir dizer.

Contam que, ao nascer, a criança-lobisomem é pálida, magra e possui orelhas um pouco compridas, mas que só depois que completa 13 anos de idade é que o bicho incorpora mesmo. Dizem que é exatamente na primeira noite de terça ou sexta-feira depois do 13º aniversário que o rapazinho pega o mundo, vira lobisomem e ataca as pessoas que zanzam pelas madrugadas. Dizem também que a chance de ataque aumenta se a pessoa não for batizada. Daí o costume de batizar as criancinhas logo que nascem…

Por onde ele passa, açoita os cachorros, desliga luzes, espanta as corujas e outros animais da noite, além de uivar de forma aterrorizante, sempre olhando para a Lua. O encanto só se quebra com o nascer do Sol, que é quando ele volta para casa e dorme como um anjo, até acordar, novamente homem, sem se lembrar do ocorrido…

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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