ENTRE ATAQUES E AVANÇOS, A LUTA PELO MEIO AMBIENTE NO BRASIL
O Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, instituído há 53 anos, em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo (Suécia), marca o início de uma mobilização internacional em torno da preservação do Planeta Terra e das condições dignas para o ser humano sobreviver em meio a tantos ataques.
Por Iolanda Rocha
Entretanto, o cenário ambiental tem se deteriorado. Em resposta, ao longo das últimas décadas, organizações civis, cientistas, ativistas e trabalhadores têm se articulado em diversas frentes de luta para barrar a destruição ambiental.
A criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pela ONU, é uma das respostas internacionais à crise. Os ODS apontam para um modelo de desenvolvimento centrado na justiça social, na igualdade de gênero, na erradicação da pobreza e na preservação do meio ambiente.
No entanto, essas diretrizes enfrentam sérios obstáculos no Brasil. Em tempos recentes, episódios envolvendo ataques à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, evidenciam o embate entre políticas públicas sustentáveis e interesses econômicos ligados ao agronegócio, aos madeireiros, às mineradoras, entre outros interesses.
Marina Silva tem sido alvo de críticas e agressões verbais por não ceder a pressões de parlamentares que defendem a flexibilização das leis ambientais em favor do lucro, mesmo que estas comprometam a sobrevivência da comunidade de vida no Planeta.
O Brasil segue sendo o segundo país que mais mata defensores do meio ambiente no mundo. Entre as vítimas estão lideranças indígenas, quilombolas, camponeses e socioambientalistas como Irmã Dorothy Stang, Dom Phillips e Bruno Pereira, assassinados por protegerem vidas e territórios.
Outro ponto de atenção é o avanço do Projeto de Lei 2.159/2021, aprovado no Senado, que enfraquece o licenciamento ambiental e tornou-se conhecido como PL da Devastação. Este projeto de lei não pode ser sancionado, pois representará um dos maiores retrocessos da história recente da política ambiental brasileira. Manifestações estão ocorrendo pelo Brasil inteiro para denunciar esses absurdos.
Neste ano de 2025, ocorrerá no Brasil a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que depois de tantos tratados internacionais visa fortalecer os países em defesa do cumprimento dos acordos que possam dar uma resposta emergencial às mudanças climáticas. A COP 30 ocorrerá dentro da Amazônia e deverá discutir a importância dos biomas brasileiros para o resto do mundo, além de temas fundamentais para o enfrentamento às emergências climáticas.
É preciso que a sociedade brasileira esteja vigilante e mobilizada. A preservação da vida no planeta depende do enfrentamento coletivo à destruição ambiental, da valorização dos povos originários e tradicionais e fundamentalmente da exigência de políticas públicas comprometidas com um futuro sustentável e justo para todos e todas.

Iolanda Rocha – Educadora Socioambientalista. Conselheira da Revista Xapuri.





