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Amazônia Esquartejada: Senado reduz 600 mil hectares de UCs

Esquartejada: Senado reduz 600 mil hectares de UCs – 

 
Esta matéria, publicada na página do Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org), resume a tragédia do esquartejamento da Amazônia, aprovado em Brasília pelos Senadores na noite do dia 23 de maio de 2017:
 
Senadores aproveitaram o caos que toma conta da política no país para aprovar, no início da noite da terça-feira, 23 de maio, as Medidas Provisórias (MP) 756 e 758, que reduzem a proteção de quase 600 mil hectares de Unidades de na Amazônia, quatro vezes a área da cidade de .

Com a aprovação, 486 mil hectares da Nacional do Jamanxim (http://isa.to/2qhDV17), no Pará, em uma das regiões mais desmatadas e griladas da Amazônia, ficam abertas para a ocupação e econômica. Outros 101 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxim (http://isa.to/2qMxlmC) também perdem o grau de proteção. Quem ganha com a aprovação são grileiros, desmatadores e garimpeiros.

As MPs abrem um precedente perigoso para outros estados da Amazônia fazerem a mesma coisa, criando assim uma espiral de destruição que pode deixar a Amazônia em pedaços.

“A redução das UCs do Jamanxim por MP é absolutamente inconstitucional e promoverá o , grilagem de terras e o garimpo ilegal. Um ato de extrema irresponsabilidade que coloca em xeque o futuro de toda a Amazônia”, considera Maurício Guetta, advogado do ISA.

Através de uma emenda “jabuti” – sem qualquer relação com o inicial da MP –, os parlamentares também retiraram dez mil hectares do Parque Nacional São Joaquim (http://isa.to/2qhrRNa), em Santa Catarina, a milhares de quilômetros do objeto original da proposta, na . O texto segue para sanção ou veto do eventual presidente em exercício.

 
Amazônia
 
ANOTE AÍ

Fonte originária e integral desta matéria:

Título original: Amazônia Esquartejada: Senadores aprovam as Medidas Provisórias 756 e 758
As fotos são de Caetano Scannavino, do e Alegria.
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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