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Meio Ambiente e Direitos Humanos no fim da fila

Meio Ambiente e Direitos Humanos no fim da fila

“Ministros fracos para ministérios considerados secundários”

Por Blog do ISA

O presidente eleito Jair Bolsonaro concluiu a formação do seu gabinete, com 22 ministérios, nomeando o advogado Ricardo Salles para a pasta de . Na última sexta, havia indicado Damares Alves para o Ministério da Família, da Mulher e dos . Não por acaso, ficaram para a última rodada de indicações os dois ministérios que carregam agendas negativas, aos olhos do presidente, e que sequer existiriam no desenho de 15 ministérios, proposto durante a campanha eleitoral.

Damares Alves é advogada, pastora evangélica e foi assessora do senador Magno Malta (PR-ES), que foi cotado para vice de Bolsonaro, mas preferiu disputar a reeleição, sem ter obtido sucesso. Maltaintegra a bancada evangélica e pretendia representá-la no ministério, mas Bolsonaro preferiu, ao mesmo tempo, preteri-lo e compensá-lo com a nomeação de sua assessora, embora o senador tenha dito que sequer foi consultado, o que soa inverossímil.

Damares não é propriamente uma militante dos direitos humanos, mas é fundadora de uma organização chamada Atini, responsável por um filme que denuncia o infanticídio entre indígenas, mas que atribui erroneamente a prática ao povo Karitiana, de Rondônia. A Justiça determinou a retirada do vídeo da internet e o Ministério Público Federal reclama agora uma indenização da Atini aosKaritiana. A própria ministra tem uma filha adotiva cujos pais são índios Kamaiurá, do Xingu.

Bolsonaro também definiu que a Funai não ficará mais subordinada ao Ministério da Justiça, mas à nova pasta chefiada por Damares, a qual pode ficar vinculada também à Fundação Cultural Palmares, que reconhece comunidades . Considerou-se que Sérgio Moro ficaria sobrecarregado com as políticas indigenista e de Direitos Humanos e, assim, o seu ministério terá, mesmo, uma feição mais de polícia que de Justiça. Antes disso, a Funai havia sido oferecida ao Ministério da Agricultura, cuja titular será a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS). Ela rejeitou essa alternativa, assim como havia repelido a alocação da questão ambiental no “seu” ministério.

Apesar de ter recuado sobre a proposta de extinção do Ministério do Meio Ambiente, a indicação de Ricardo Salles confirma que a pasta estará sob a ingerência de entidades ligadas ao agronegócio, que o apoiaram. Ex-secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o futuro ministro é alvo de ação judicial, pendente de decisão final, movida pelo Ministério Público sob a alegação de ter alterado ilegalmente o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Tietê para beneficiar empresas. Também responde a inquéritos por improbidade administrativa.

Também nesse caso, talvez por causa da sua própria aversão às licenças e multas ambientais (já que ele mesmo é alvo de uma), Bolsonaro tenha optado por indicar não um quadro técnico. A escolha, de viés ideológico, é coerente com a fragilização da gestão ambiental sinalizada pelas manifestações anteriores do presidente eleito e incoerente com a anunciada intolerância contra a corrupção.

Ministros fracos para ministérios considerados secundários.

Créditos da foto: (Fotos Públicas)

Fonte: blog do ISA – Instituto Socioambiental


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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