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CERRADO TEM RECORDE DE DESMATAMENTO

Maio tem recorde de alertas de no

Em todo 2023, o total de áreas em alerta é de 2.800 km²; dados são consolidados pelo Monitoramento do Cerrado (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Por Portal Vermelho 

Os primeiros dias de maio foram terríveis para o Cerrado. Nos primeiros 18 dias do mês foram registrados 627 quilômetros quadrados de áreas em alerta de desmatamento. Para o período, considerando a série histórica iniciada em 2018 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é a maior área com alertas.

O tamanho equivale ao do município de Taubaté, em . Segundo o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Real (Deter), Bahia, , Piauí e Tocantins tiveram o maior número de avisos, sendo Riachão Das Neves e São Desidério, na Bahia, e Mirador, no Maranhão, os municípios mais afetados.

Leia também: Desmatamento no Cerrado cresce 25%, maior valor desde 2015

Em 2023, já são 2.800 quilômetros quadrados acumulados de alerta de desmatamento do Cerrado.

Os números são consolidados pelo Projeto Monitoramento do Cerrado (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), captados pelo Deter – sistema de alerta rápido para dar suporte à fiscalização e agilizar o combate a crimes ambientais.

*Informações Agência . Edição Vermelho, Murilo da

Fonte: Portal Vermelho Capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

CERRADO TEM RECORDE DE DESMATAMENTO
Foto: Reprodução

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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