Com Lula, Brasil retorna ao centro das discussões climáticas

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O presidente pontuou sobre dí histórica de países ricos, importância de preservação na Amazônia e COP 30, que se realizará no Brasil.

Por Arthur Wentz e /Revista Xapuri

Na última quinta-feira (22), o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) discursou no Festival Power Our Planet. Evento promovido pela ONG Global Citizen, fez do Campo de Marte, na França um dos lugares de debate das pautas ambientais. Convidado de Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, Lula foi uma das vozes que discursou no evento cultural.

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Encontro de Lula e Chris Martin, em março. Foto: Twitter/Reprodução

A princípio a ideia do festival é justamente cobrar que países ricos contribuam mais com assertivas ambientais concretas. A ONG organizadora argumenta que os países com mais riquezas são os que menos contribuem para as políticas ambientais. Políticas essas, consideradas essenciais para a construção de um planeta sustentável, que envolva transição energética e a resistência a desastres ambientais. 

Amazônia

Em seu discurso, marcou posicionamentos importantes sobre a agenda ambiental global e o papel internacional das comunidades em lidar com tal processo. Mencionou a importância da Amazônia para a conservação global. Nesse sentido, comprometeu-se a zerar o desmatamento e afirmou que não medirá esforços para a manutenção da em pé.

“A Amazônia é um território soberano do Brasil, mas, ao mesmo tempo, ela pertence a toda a humanidade. E, por isso, faremos todo e qualquer esforço para manter a floresta em pé” – mencionou Lula no evento

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Ricardo Stuckert/PR

Apesar de queda nos índices de desmatamento, a Amazônia tem enfrentado desafios consistentes, como o alerta de seca no bioma e os intensos ataques por parte de garimpeiros e latifundiários. Considerada um terço das florestas tropicais do mundo, a desempenha um papel fundamental para o planeta. Isso se dá para além das atividades ecológicas cumpridas, mas também por sua grande área de extensão.

Dívida Histórica

Além do empenho, Lula cobrou dos países ricos ações efetivas na agenda ambiental. Defendendo, assim, o financiamento da proteção de florestas. Em seu discurso mencionou que “não foi o africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo”. Paralelamente, cobrou o pagamento de uma dívida histórica de proteção do planeta:

“Na verdade, quem poluiu o planeta nestes últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra” 

Lula foi volátil na inserção do Brasil nas pautas ambientais, que envolvem as e tantas outras questões. Em outras palavras, seu discurso colocou em cerne as construções já evidenciadas pela comunidade cientifica e abriu margem para novas consolidações política internacional. Ovacionado com gritos de “olê olê olá, Lula, Lula”, rapidamente os engajamentos foram elogiados e aplaudidos pela comunidade internacional. Vale ressaltar que a demonstração de interesse brasileiro com as ações internacionais em , condicionam um projeto de preocupação intensa com o futuro.

COP 30 no Brasil

A COP 3o, evento que será realizado em Belém (PA), no ano de 2025, também foi ponto factual na construção da retórica, cujo objetivo principal é centralizar os olhares do mundo acerca da importante política de preservação de ecossistemas globais e políticas emergentes de contenção de desastres. Em conclusão de sua intervenção, Lula considerou:

“E queria terminar convidando vocês – que ouvem falar da Amazônia todo o dia, que acham que a Amazônia é o pulmão do mundo – para comparecer ao Brasil. Em 2025, iremos fazer a COP 30 num estado da Amazônia para que todos vocês tenham a oportunidade de conhecer de perto o ecossistema da Amazônia, a riqueza da biodiversidade, a riqueza dos nossos rios”

Impactos do discurso

Em suma, o discurso de Lula não só impacta a comunidade internacional por sua assertiva política ampla de visualização do cenário, mas pela retomada do Brasil nas construções globais. A articulação certeira tomou comoção, devido ao preparo do presidente em conectar os elementos para proteção da Amazônia, ao que consequentemente aumenta os olhares do globo para o país.

Novos ventos no Brasil

O discurso chamou atenção para o novo tempo democrático no Brasil. Ao passo que nos últimos anos, a negligência e negacionismo do governo Bolsonaro colocou em cheque a imagem internacional do país. Por outro lado, o petista se coloca frente aos novos desafios ambientais e promete reoxigenar o país, mediante políticas públicas concretas.

Arthur Wentz e Silva: Estagiário da Revista Xapuri              Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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