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Degelo de ‘megaiceberg’ na Antártida afetará nível do mar, revelam cientistas

O degelo de uma enorme lasca da plataforma de gelo Larsen C, que se separou da Antártida no ano passado, aumentará o nível do mar em apenas alguns milímetros. Porém, a separação de outras camadas de gelo causará consequências muito maiores, relatam na revista Cryosphere.

“Embora estes números pareçam baixos, representam ainda uma pequena parte do crescimento real do nível do mar — derretem-se tanto geleiras da superfície como massas de gelo da Groenlândia e da Antártida continental. Se as tendências continuarem, então o aumento do nível do mar começará a interferir de modo significativo na de países ilhéus e costeiras”, disse Nicholas Barrand da de Birmingham.

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‘Gelo vivo’: iceberg de mais de 6 km desprende-se de geleira na Groenlândia (VÍDEO) | CC0 / PIXABAY

Por muito , climatólogos, oceanólogos e outros especialistas acreditaram que as  poderiam destruir em primeiro lugar o depósito de gelo no norte da , geleiras da Groenlândia e a calota polar.No entanto, nos últimos anos, o pensamento nessa questão vem apresentando mudanças, pois cientistas encontraram provas que indicam que não são os gelos do norte que desaparecerão primeiro, mas os da Antártida, aumentando o nível do mar catastroficamente.

As últimas observações da NASA e da Agência Espacial Europeia apontam para a candidata mais vulnerável a ser destruída — a plataforma de gelo Larsen C, que começou a se despedaçar ainda em 1995. Umas das últimas lascas da geleira, cujo território é comparado ao da Estônia, transformaram-se em um iceberg gigante em julho do ano passado.

Felizmente, o iceberg A-68, de três milhões de toneladas, que se separou de Larsen, permanece perto da costa da Antártida sem migrar para águas mais quentes do Atlântico, diminuindo, assim, o processo de degelo.

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Atividade vulcânica é detectada debaixo da geleira mais vulnerável da Antártida | CC0

Mesmo assim, especialistas decidiram calcular as possíveis consequências em caso de destruição deste iceberg e degelo de outros icebergs vulneráveis.A geleira Larsen e outras semelhantes representam uma espécie de rolha para fluxos de gelo, explica o autor do artigo, então seu possível desaparecimento pode vir acelerar a fuga de gelo ao mar e posterior derretimento.

Os cálculos dos cientistas acabaram sendo otimistas e assustadores ao mesmo tempo. Por um lado, se o iceberg A-68 e outras fragmentações de Larsen desaparecerem, o nível do mar aumentará apenas em 4 milímetros. Por outro lado, se outras geleiras derreterem, que ficam mais ao sul, as consequências seriam mais drásticas, pois esta geleira contém vários fluxos de gelo continentais.

Neste caso, o nível do mar crescerá até início do próximo século em ao menos 2,2 centímetros. isso já poderá afetar a vida de muitos países ilhéus nos oceanos Índico e Pacífico.

ANOTE AÍ

Fonte: Sputnik Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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