E quando falha a memória?

E quando falha a memória?

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E quando falha a memória?

Planejar as tarefas do dia a dia ou reconhecer ambientes que sempre foram familiares podem começar a se tornar um desafio para determinadas pessoas. Essas podem ser características de uma alteração cognitiva, chamada Mal de Alzheimer, que afeta sobretudo a memória.

Pequenas tarefas, como lembrar o nome de um parente distante ou os detalhes do último episódio da novela, começam, pois, a exigir um esforço maior do cérebro.

Uma vez que a pessoa percebe os sintomas, surge a pergunta: porque eu tenho isso? Ainda é difícil explicar o motivo pelo qual a doença aparece, mas ela tem se tornado cada vez mais comum. Então, a suposição é que pode estar relacionada à morte de neurônios devido ao acúmulo de uma substância – o que afetaria diretamente a memória.

A ciência ainda precisa evoluir no entendimento sobre o Mal de Alzheimer, o que pode fazer com que o diagnóstico seja muito mais baseado na história contada pelos pacientes e familiares – mas sempre tendo a ajuda de exames específicos.

POSSÍVEIS CAUSAS

É raro o Alzheimer surgir antes dos 60 anos, mas o fator genético pode influenciar bastante. Ter um parente de primeiro grau com a doença aumenta entre 10% e 30% as chances de desenvolvê-la, e ter dois ou mais irmãos triplica o risco!

Normalmente, quanto mais tarde o problema começa, mais lento será o declínio cognitivo. A boa notícia é que há maneiras de preveni-la, mantendo hábitos de vida saudáveis. Procure cuidar da alimentação, então, mantendo uma dieta adequada e controlando os fatores de risco de doenças cardiovasculares.

COMO PREVENIR

Não é novidade, decerto, que priorizar uma vida ativa também só traz benefícios para a saúde. Quem pratica atividade física pode ter menor incidência e menor prevalência na queda do cognitivo e, consequentemente, do Mal de Alzheimer.

As pessoas mais ativas podem, por isso, ter uma redução de 28 a 45% em comparação aos menos ativos. Outra hipótese apontada em estudos é que atividade física pode ajudar uma área do cérebro responsável pela memória.

Por isso, não perca tempo e se cuide! Nunca é tarde para melhorar a rotina alimentar, rever suas escolhas e movimentar o corpo. Uma vida saudável só traz ganhos para corpo, mente e saúde.

José Eduardo Riceto – Médico Clínico geral da Cia. da Consulta. Matéria publicada no Portal Avosidade

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!