Elza: “É preciso lutar, gritar, ir pras ruas!”

Elza: “É preciso lutar, gritar, ir pras ruas!”

“Eu não vou sucumbir!”

Por Ana Cora Lima/br.vida-estilo

Elza Soares deixou sua mensagem por um país melhor durante seu show no Rock in Rio 2019. A cantora, que recebeu convidados como Kell Smith e Jessica Ellen, levou o público ao delírio com o discurso antes de cantar “País do Sonho”.

A gente vive num país de sonho. Esse país que a gente dorme, desse que sonha em um lugar melhor para viver. Sonha, mas é preciso acordar, minha gente, lutar, gritar, ir pras ruas! Aprender a votar, que vocês não sabem votar, nós não sabemos”, disse, recebendo aplausos.

“Vamos pras ruas, buscar nossos direitos. Esse Rio de Janeiro acabado, completamente distorcido. Cadê o povo, cadê a voz da gente? Cadê a voz das ? Somos faladeiras, vamos falar até não aguentar mais”, continuou. Entusiasmado, o público ergueu um dos braços e entoou “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”.

Antes, Elza defendeu a feminina. “Mulheres, gemer agora só de prazer. Chega de sofrer calada! Denunciem: 180. Repitam comigo: Não é não!”.

Em outro momento, a cantora relembrou crimes que aconteceram no Rio e tiveram repercussão nacional e até mundial. “Agatha Félix tinha 8 anos. O músico Evaldo Rosa levou 80 tiros. Marielle [Franco] lutava pelos pobres, pelos negros, pelos pretos, pelo nosso povo. Chega! Porque é muita coisa, minha gente. Quero um ‘chega’ bem forte, porque chega de perseguir os negros, os pobres. preta, coragem, pra frente”, vibrou, cantando em seguida “Eu Não Vou Sucumbir”, canção que encerrou a apresentação.

Nota Xapuri: O discurso de Elza continua atualíssimo nesse terrível de retrocessos. Vale a pena ler de novo e, em sendo possível, compartilhar de novo!


Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de comunicação independente, dedicado a garantir um espaço de pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso comprando um produto na nossa Loja Xapuri  ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

PHOTO 2021 02 03 15 06 15

E-Book A Verdade Vencerá – Luiz Inácio Lula da Silva

Em entrevista aos jornalistas Juca Kfouri e Inês Nassif, expressa sua indignação com o massacre sofrido ante a farsa da Lava Jato. Imperdível!
COMPRE AQUI

Capa Lula a verdade 1

<

p style=”text-align: center;”> 

Nenhuma tag para este post.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA