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Esquerda Compra da Esquerda

Esquerda Compra da Esquerda

“Uma ideia na cabeça e a vontade de mudar o mundo” é o desejo de uma brasileira que vive na Alemanha. “A revolução será feminista” e você vai entender por que esse não é um texto de frases feitas!

Por Fernanda Otero

A ideia de fazer a comprar da esquerda partiu da cabeça de uma ativista por que vive na Alemanha. Erica Caminha começou sua militância cedo, sua mãe era metalúrgica. Da Europa, ela acompanha de perto o que acontece no desde 2013, ano que deixou o país, já antevendo o golpe e a ascensão da extrema direita.

Sempre se articulando e deixando mais curta a distância entre os mares da Europa e da América do Sul, ajudou a construir pontes de amizade e ações de que nasceram para aproximar os brasileiros progressistas no exterior.

Erica organizou atos, protestos, encontros, grupos, participou de passeatas. Promoveu em 2020 uma ação internacional pela democracia brasileira em 77 cidades de 26 países. Esse sucesso acendeu a luz do seu mais novo projeto: o Esquerda Compra da Esquerda. A ideia é muito simples: estabelecer relações comerciais entre empresários e consumidores do mesmo espectro político, no caso, a esquerda e os progressistas.

Uma outra mulher vem defendendo essas ideias há alguns anos. A ítalo-americana economista e professora da de Londres, Mariana Mazzucato prega que a economia deve ser repensada. O que é valor econômico? Quem os cria? Para Mazzucato, os políticos progressistas atuais “focam muito em distribuição de riqueza e não focam o suficiente em geração de riqueza”. Caminha está colocando essa roda de geração de riqueza para girar.

O pensamento de solidariedade entre a esquerda conquistou corações e mentes, favorecendo os bolsos de artesãos, prestadores de serviços e pequenos empresários. Empreendedores se uniram ao projeto que pode construir uma potente sociedade de consumo. Esses homens e vendem sua força de para os grandes grupos econômicos, mas nem por isso se renderam ao sistema e “ao capital”.

Em menos de 4 meses, 130 mil pessoas entraram no grupo e a rede de consumidores e vendedores já começa a dar resultado financeiro para seus participantes. Selecionamos algumas histórias de empreendedores que fizeram negócios dentro do grupo e estão comemorando o sucesso:

Alexandra Peixoto é fabricante de canecas e panos de prato e já utilizava as redes sociais para vender seus produtos, e onde também já recebeu muitos xingamentos por causa desse material. Dentro do grupo, ela se sentiu mais à vontade para anunciar seu produto e espera que o projeto amplie para a área educacional, trabalhando, por exemplo, sobre a “importância da economia solidária, produção e geração de ”.

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“Entrei no grupo procurando serviço de tag, carimbo e etiqueta para minha confecção, por sugestão, coloquei na mesma publicação algumas fotos das roupas e foi incrível a recepção, os elogios, os likes e ainda vendi várias peças” nos conta Paula Becar.

Álvaro Correa faz parte da Cooperativa São João, na Serra Gaúcha. Vendedor de vinhos, realizou 6 vendas somando 16 unidades. Já usava as redes para vender seus produtos, e teve muita receptividade dentro do grupo. “A ideia é genial, estamos no caminho certo” brindou Álvaro.

As irmãs Zerbeto fabricam bonecos, não quaisquer bonecos, e não bonecos para brincar. Ela faz “Lulinhas” segundo suas palavras, “o maior símbolo da esquerda”. Um trabalho demorado e minucioso. Considera que o “companheirismo e a solidariedade facilitam as negociações”, uma das primeiras a entrar e vender no grupo, caso de sucesso, ela já tem até pedidos agendados para o próximo mês.

No dia que escrevemos esse post, o batalhão de organizadores e moderadores do Grupo ECDE comemorava fazendo um mutirão para liberar 26 mil novos membros que aguardam na fila para entrar no grupo, “a fila virtual já chegou a ter 38 mil membros”, diz uma das moderadoras.

Os novos membros/as são adicionados após passarem por uma necessária triagem. Quem luta por direitos sociais, humanos e , tem orgulho de mostrar quem é nessa “sociedade alternativa”, onde o consumo está atrelado a responsabilidade social e ecológica.

Esquerda Compra da Esquerda
Esquerda Compra da Esquerda

O grupo está ativo no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, TikTok, MeWe e WT Social.


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Fernanda Otero – Escritora.

 

 

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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