Feminicídio: Jessyka Laynara não pode mais ver o sol…

Jessyka Laynara não pode mais ver o sol porque um machinho não suportou um não…

hoje amanheceu triste!
Uma moça, , menina, de 25 anos, apenas 25 aninhos, que acabara de passar no CBMDF não pôde ver o sol nascer outra vez porque um machinho, um policial militar, “considerado psicologicamente equilibrado”, com porte de arma, “gente do bem”, que deveria proteger e muito, “muito macho”, sim sinhô não suportou um “não”. O seu intragável “não” lhe deu o direito de infligir a ela um “não” existencial. Eu nunca entendi porque machinhos se metem com mulher! Se metem com coisas do coração! Amar não é coisa para frouxos. Os brutos também amam, mas os frouxos, não! Os frouxos são os adeptos do onanismo, punheteiros existenciais, que se excitam consigo mesmos. Para eles, o outro é um lugar que nunca existiu, por isso, cravar 5 balas em “quem se ama” é como atirar no vazio.

Eu diria a vocês, moças, , meninas: fujam dos machinhos, dos incontrariáveis, dos umbigiinhos, dos vermezinhos frágeis, dos bundões, dos frouxos de cueca frouxa. Vocês mulheres são um tipo forte demais para se sujeitarem a esse tipo de exemplares congêneres que envergonham a espécie humana.

Descanse em paz, Jessyka Laynara, vamos continuar por aqui vendo o sol por você.”

Jessyka Laynara 2

ANOTE AÍ:

Não foi possível identificar a autoria do acima, que circula nos grupos de zap sem o devido crédito. Nós o publicamos como um gesto de e um ato de a Jessyka Lainara , ex-namorada de um PM assassinada com cinco tiros há poucos dias em Brasília. O nome do agressor e assassino é Ronan Rego. A foto foi postada no Correio Braziliense. Que outras Jessykas não deixem de ver o sol por conta da sanha assassina de quem porta uma arma.

Jessyka do lado de Ronan: ele não aceitava o fim do relacionamento, que durou cerca de seis anos, e a perseguia, segundo familiares(foto: Arquivo pessoal)
Jessyka do lado de Ronan: ele não aceitava o fim do relacionamento, que durou cerca de seis anos, e a perseguia, segundo familiares(foto: Arquivo pessoal) 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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