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FORMOSA: SOBRE AS MONGUBAS E CANAFÍSTULAS DA PRAÇA DA MATRIZ

FORMOSA: INVENTÁRIO DAS MONGUBAS E CANAFÍSTULAS DA PRAÇA

Inventário das Mongubas e Canafístulas da Praça da Matriz de Formosa 

Mongubas e Canafístulas são as árvores que formam o bosque urbano da Praça Imaculada Conceição, onde fica a Igreja Matriz dessa nossa goiana de , que é onde estamos nós da Xapuri

Por Iêda Vilas-Boas

No total, são 24 árvores adultas, com cerca de 60 anos de idade (vivem de 120 a150), em plena fase de sequestro de . São elas:

Dez exemplares de Peltophorum dubium (Spreng Taub. – Família Legumonosae-Caesalpinoideae, conhecida popularmente como canafístula, faveira, farinha , faveira, sobrasil, tamboril-bravo, guarucaia, ibirá-puitá.

Quatorze exemplares de Pachira aquatica – Família Bombacaceae, conhecida como monguba, munguba, castanheiro-do-, falso-cacau, cacau-selvagem, castanheira-da-água, castanheiro-de-guiana, castanhola, carolina, mamorana sapote grande.

Há também dois exemplares de Acrocomia sclerocarpa. Sinonímias: Acrocomia aculeata, A. antiguana, A. antioquiensis, A. Belizenses. A. eriocantha. – Família: Palmae, às quais o chama de macaúba, macaúva, coco-xodó, coco-de-catarro, coco-de-espinho, coco-baboso, macaíba, macacaúba, macajuba, macabeira, mucajuba, chiclete-de-baiano, mas delas ninguém fala. A encrenca mesmo é com as Mongubas e com as Canafístulas.

Plantadas na década de 50 por alunos e alunas dos Colégios São José e Planalto, sob a supervisão do bispo diocesano D. Victor Tielbeck, há seis décadas essas árvores mudaram a paisagem ambiental e cultural de Formosa. À medida em que foram crescendo, à sombra delas gerações e gerações de formosenses viram suas crianças brincando, sua juventude estudando e suas pessoas idosas relembrando bons momentos de suas vidas.

Depois da morte de D. Victor, a nova direção da igreja resolveu cortar as árvores da Praça da Matriz. Buscam implantar na praça um novo arquitetônico que, segundo quem o conhece, visa fechar a praça com grades, como já foi feito pela mesma igreja católica em outra praça da cidade, a Praça São Vicente, a antiga e agora inexistente Praça do Pau-Ferro que, hoje totalmente gradeada, deixou de ser praça e virou pátio de igreja, que agora só abre para os fiéis nos horários de missa.

O caso foi parar na . Ambientalistas entraram com ações populares contra o corte das árvores e o fechamento da praça com grades. Depois de muitas idas e vindas, a justiça local deu ganho de causa à igreja que, contrariando o próprio Papa Francisco, um ardente defensor das árvores e da natureza, insiste em limpar a área do verde que a humaniza. 

FORMOSA: SOBRE AS MONGUBAS E CANAFÍSTULAS DA PRAÇA DA MATRIZ
No dia 10 de dezembro de 2017, o grande pintor Otoniel Fernandes, de Alto Paraíso de , pintou, na própria Praça Imaculada Conceição, um quadro em defesa das árvores.

NOTA DA REDAÇÃO – Matéria publicada originalmente no ano de 2018. Iêda Vilas-Boas encantou-se em 08/04/2022. Uma de suas últimas lutas foi em defesa das árvores da Praça da Matriz, que a direção da Santa Madre em Formosa insiste em derrubar. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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