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JANIS JOPLIN: UM PONTO FORA DA CURVA

Janis Joplin: um ponto fora da curva

Janis Joplin: um ponto fora da curva

Janis Lyn Joplin revolucionou a do Rock. Virou . Cantora, compositora e multi-instrumentista, foi a rainha do Rock and Roll dos anos 1960 e a maior cantora de blues and soul da sua geração. Virou musa. Virou ícone. Virou lenda…

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Nascida em 1943, era de Port Arthur, no Texas, de família conservadora, tradicional, religiosa. Por imposição da família, passou a e a adolescência cantando no coro da igreja local, enquanto ouvia os blues de Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton às escondidas. 

Na era obesa, tinha acne, desenvolveu bulimia e depressão. Passou a se vestir como os poetas da geração beat. Desistiu da faculdade. Mudou-se para San Francisco, na Califórnia. começou a trabalhar como cantora de folk em boates. Virou artista. 

Polêmica, controversa, era libertária, defendia o livre e o . Assumiu-se bissexual. Conheceu David George Niehaus no Rio de Janeiro, morou com o artista por dois anos. O romance acabou porque teve um caso com a ex-namorada dele, Cassandra. 

De voz potente e ao mesmo suave, cantava em bares, cafés e em festivais, como no Festival Pop de Monterey, para 200 mil pessoas, e no lendário Festival de Woodstock, onde cantou para um público de 400 mil.  Amava o blues e o jazz e se dizia influenciada por Aretha Franklin, Billie Holiday, Etta James, Big Mama Thornton, Odetta, Leadbelly e Bessie Smith. 

Lançou três álbuns em : Big Brother and the Holding Company (1967), Cheap Thrills (1968), I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama (1969) e um, Pearl (1971), o último com sua participação direta, foi lançado depois de  sua morte. Tornou-se uma das 100 personalidades artísticas de todos os tempos, segundo a Rolling Stone. 

Bebeu muito, fumou muito, viciou-se em heroína. Tentou o suicídio várias vezes. Curou-se por uns tempos. Teve recaídas. Partiu deste nosso em um hotel de Los Angeles, aos 27 anos, no dia 4 de outubro de 1970, no auge do sucesso. Causa Mortis: overdose de álcool e heroína. 

Janis Joplin é dessas pessoas que, como diria o sabido do Guimarães Rosa, jamais morrerá, apenas vai ficando encantada porque, mesmo para a geração revolucionária de 1968, foi ousada, foi rebelde, foi um ponto fora da curva. 

Zezé Weiss – Jornalista.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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