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Joenia Wapichana: Primeira Indígena eleita deputada federal

 

Joenia Wapichana: Primeira Indígena eleita deputada federal no

Vamos parar de dizer que nós somos empecilho para o progresso, nós somos a solução.”

Joenia Wapichana, a primeira advogada indígena brasileira, acaba de ser eleita a primeira deputada federal indígena do Brasil. Antes dela, nos 190 anos de existência da Câmara dos Deputados, apenas Mario Juruna, da aldeia Namakura, do , foi eleito deputado federal em 1982 pelo estado de Mato Grosso.

Aos 43 anos de idade, Joenia Batista de Carvalho, nascida na comunidade Truarú, do povo Wapichana, formada em Direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e mestra pela Universidade do Arizona, coordenadora do Departamento Jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e militante da Rede , ela recebeu 8,3 mil votos nas eleições de 2018.

Eleita com a plataforma da defesa dos direitos e da sustentabilidade dos , Joenia vem de uma trajetória de protagonismo na luta por direitos. Em 2008, ela se tornou a primeira indígena a fazer uma sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Trazendo no rosto uma pintura que simbolizava “força e lealdade” e saudando o tribunal em sua própria língua Wapichana, foi ela quem fez a defesa da posse integral dos 19 mil indígenas da Raposa Serra do Sol, terra ancestral dos povos Macuxi, Ingarikó e Wapichana.

Na página de fianciamento coletivo da campanha de Joenia na internet, encontram-se as bandeiras que ela defendeu enquanto candidata: os direitos coletivos dos indígenas, o com respeito às diversidades socioculturais, à realidade de Roraima e ao , além da luta contra a corrupção.

No Congresso, Joenia enfrentará a proposta da bancada ruralista de votação do , que visa impedir as demarcações de terras das populações indígenas que, por razões diversas, inclusive por terem sido expulsas de suas terras durante a , não estavam ali antes de outubro de 1988, data da promulgação da última Constituição brasileira.

 

zeze 1Zezé Weiss
Jornalista Socioambiental
@zezeweiss

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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