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LULA ON GAZA: IT IS NOT A WAR. IT IS A GENOCIDE"

LULA ON GAZA: IT IS NOT A WAR. IT IS A GENOCIDE”

Lula speaks on the crisis in : “It is not a war. It is a genocide.”

Brazilian President Lula da spoke to the press this Wednesday and commented on the ongoing conflict in Gaza

Por Eduardo Weiss

“What is happening right now in the Middle East is very serious. It’s not about discussing who is right or wrong, who fired the first shot or second. The problem is this: it is not a war, it is a genocide that has already killed two thousand children who had nothing to do with this war, who are victims of this war” said President Lula. 

He added, “Sincerely, I don’t know how human beings are capable of waging war, knowing that the result of this war will be the death of children and innocents. It is a difficult time.” 

Lula then went on to state that his speech would be cut short because he was about to have a call with the Emir of Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, to negotiate the release of Brazilians in Gaza.  

Since the onset of the recent crisis, the Brazilian government has been attempting to extract a group of its citizens in Gaza. Half of the group are sheltering in Rafah, a city in the south of Gaza and bordering Egypt. The other half is awaiting release in the heavily bombarded city of Khan Younes, also in the south of Gaza.

Both groups are to embark on the presidential plane used by Lula himself to travel to Brazil, once their movement through the border into Egypt is authorized. 

The group includes seventeen children, nine women, and six men.

Meanwhile, Brazilian Air Force planes have successfully extracted 1,135 Brazilians, as well as their pets, from since the beginning of the conflict. 

LULA ON GAZA: IT IS NOT A WAR. IT IS A GENOCIDE"
recolhe lenha nos prédios destruídos em Gaza – Foto: Reprodução/BBC

Imagem do WhatsApp de 2023 03 13 as 14.52.42Eduardo Weiss – Sociólogo e Fotógrafo. 

 
 
 
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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