Negros Palmare

NEGROS PALMARES

Negros Palmares

Por Ceiça Moraes

NEGROS PALMARES
Quilombo dos Palmares – Mapa – Wikipedia

Ter negra, ô meu irmão
É ter malícia, muito molejo
E a capoeira no coração.
à
Arte é gingar
E o berimbau, saber tocar.
Fiz reverência ao mestre Nagô
Fiz reverência ao mestre Zumbi
Eu tenho o toque da capoeira
Gritando alto no coração.
Tombar aqui, tombar acolá
Levanta, negro! Não caia não!
Em Roda- Grande se batizar
São Bento Grande, te ajudar.
Capoeirista!
Não sabe não?
É ter o toque no coração.
Capoeiragem, não é vadiagem
É reviver sua negritude
Reviver “o Rei dos Palmares”
Ter “malandragem” sim! Pra se defender
Se for possível, não atacar
“Deixa pra lá”
Se não tem jeito…
Tem que atacar
Dá “uma benção” pra não esquecer
Que foi uma defesa de escravo humilhado
Quando feitor se dizia “endeusado”!
Reviver negros palmares
É reviver a Redenção
Saber “o Toque”… saber jogar
Treinar o “AÚ” pra se libertar
“Pulo-do-gato” … ou “bananeira”
“S Dobrado”… Meu Santo Amaro!
“Pulo Mortal”! Iê, não caia não!
-pra-frente”… “Ponte-pra-trás”
“Ponte-voltando” Isso é demais!
Reviver a escravidão é reviver a redenção
Quem me ensinou foi o Mestre Zumbi
Eu tenho o toque no coração!
Eu tenho o toque no coração!

Ceiça Moraes – Professora e poetisa brasileira.

Fonte: Demonstre

NEGROS PALMARES
Zumbi dos Palmares – Reprodução/Internet


Zumbi dos Palmares

 
Por Juliana Bezerra/Toda Matéria 
 

Zumbi ganhou respeito e admiração de seus compatriotas devido suas habilidades como guerreiro, a qual lhe conferia coragem, liderança e conhecimentos de estratégia militar.

Lutou pela de culto e religião, bem como pelo fim da escravidão colonial no . Apesar disso, este líder também ficou conhecido pela severidade despótica com que conduzia Palmares, onde, inclusive, havia um tipo mais brando de escravidão.

De todas as maneiras, não admitia a dominação dos brancos sobre os negros e, portanto, tornou-se o maior símbolo pela liberdade dos negros da brasileira.

Ganga Zumba 

Zumbi era sobrinho do líder Ganga Zumba, o qual, por sua vez, era filho da princesa Aqualtune dos Jagas (ou imbangalas), um povo de tradições militares com ótimos guerreiros.

Há poucos dados sobre sua vida pessoal, mas sabe-se que era casado com , que lutava ao seu lado.

Zumbi nasceu aproximadamente em 1655, no Quilombo dos Palmares, Capitania de Pernambuco, região da serra da Barriga. Hoje, o local é União dos Palmares, no brasileiro de Alagoas.

Zumbi foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, em Porto Calvo, quando ainda tinha cerca de seis anos.

Foi então batizado com o nome “Francisco” e recebeu uma educação esmerada. Aprendeu português e latim, além do catecismo para ser batizado na fé católica.

Vida no Quilombo 

Aos 10 anos de idade, já era fluente em português e latim. Aos 15, fugiu e voltou para o Quilombo de Palmares.

Alguns anos depois, em 1675, Zumbi ganha notoriedade ao defender o quilombo do ataque das tropas portuguesas. Nesta batalha sangrenta, demonstrou suas habilidades de guerreiro jaga.

Com 25 anos de idade, Zumbi desafia seu tio. Em 1680, assume o lugar de Ganga Zumba como líder de Palmares (segundo estudiosos, Ganga Zumba teria sido assassinado).

Sua postura diante do governo colonial é de desafio e enfrentamento. Assim, os líderes portugueses contratam os serviços dos bandeirantes Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo.

Em 1694, eles lideram o ataque que irá destruir a ‘Cerca do Macaco’, capital de Palmares. Destruíram-na completamente e ferem seu líder, Zumbi, o qual consegue fugir.

NEGROS PALMARES
Quilombo dos Palmares – Vestibulando Web

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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