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O céu é o limite! 

O céu é o limite!

O céu é o limite! 

Desde a Pré-História, a observação do céu vem colaborando para que o ser humano descubra mais sobre os mistérios da no planeta. Sabe-se, por exemplo, que a noção da passagem do tempo (dia e noite) e dos ciclos da natureza – fundamental para o desenvolvimento da agricultura e, portanto, da evolução humana – surgiu graças às observações que o homem das cavernas fez do céu.

Na tentativa de desvendar o universo – e descobrir um pouco sobre si mesmo – o ser humano construiu, ao longo da história, várias teorias. Primeiro acreditou que o céu abrigava os deuses, associando alguns fenômenos naturais a castigos divinos; mais tarde, defendeu a ideia de que o Sol era uma bola de e, por muito tempo, sustentou a crença de que a não se movia (Geocentrismo).

Com a teoria de que o Sol, e não a Terra, era o centro do universo (Heliocentrismo), o homem fundou a base do pensamento moderno, criando as condições para que a produção do conhecimento tomasse proporções cada vez maiores. A invenção do telescópio, no século XVII, permitiu aproximar os corpos celestes e inaugurou uma nova relação entre o ser humano e o universo.

Hoje, a ciência e a avançaram a tal ponto que os são capazes de identificar corpos muito pequenos e cada vez mais distantes do sistema solar; confirmar a existência de buracos negros ou descobrir planetas extrassolares – que orbitam em uma estrela que não é o Sol.

Com tantas e surpreendentes descobertas, é difícil imaginar que por um longo período a acreditou que a Terra, além de imóvel, era o centro do universo!

Fonte: Revista Nossa Terra – uma viagem às origens da vida. Fundação Elias Mansour/Biblioteca da – Rio Branco – Acre, Maio/2010.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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