O Desenvolvimento Social voltou

Atualizada:

O Desenvolvimento Social voltou

Por Wellington Dias

 Abriremos já neste primeiro momento a atualização do cadastro único [do Bolsa Família] para mais segurança e eficiência (…).

 Vamos colocar na prioridade uma busca ativa em cada canto do Brasil para que a gente possa trazer para o cadastro as pessoas que têm o direito e não tiveram a oportunidade de receber o direito (…)

Nada de pente fino. Pente fino era para tirar piolho do cabelo.  É política pública bem-feita que vamos fazer. É retomar a integração com estados, municípios e todos os parceiros (…).

Vamos dar oportunidade de quem não preenche os requisitos de, voluntariamente, já pedir desligamento do programa [Bolsa Família]. Pois somente vamos pagar os benefícios para quem, legalmente, por critérios sociais, tem esse direito.

[Vamos] colocar o povo no orçamento e de forma prioritária colocar os pobres no orçamento. Não deixar ninguém para trás, dar a mão a quem precisa e ninguém largar a mão de ninguém. Sei que essas duas frases foram muito repetidas durante a campanha, mas é um compromisso.

Wellington Dias – Bancário, escritor, ex-governador do Piauí, Ministro do Desenvolvimento Social. Excertos do seu discurso na cerimônia de posse como Ministro de Estado, em 2 de janeiro de 2023,  editado por limitações de espaço. Confira o texto na íntegra em:

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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