Oriki de Xangô
Xangô Oluaxô —
o raio rubro
rasga o céu.
Obakossô
faz o forte fugir
de medo.
Alafim de Oió
não lute comigo.
Alafim de Oió
seja meu abrigo.
Oba Arainã
fala com boca
Oba Arainã
fala com olhos
Oba Arainã
fala com pele
Oba Arainã
fala com raio.
Leopardo de Oiá
não lute comigo.
Leopardo de Oiá
seja meu abrigo.
Alaganju
olho-de-chispa
mata o que mente
com pedras de raio.
Mastiga os juízes.
Castiga a mídia.
Oba Lubê
não lute comigo.
Oba Lubê
seja meu abrigo.
Oba Orungá dança alujá
queima a xota
da dondoca.
Oba Orungá dança alujá
queima o falo
do Bolsonaro.
Oba Orungá dança alujá
e saúda a beleza
que há no mundo.
Oba Orungá dança alujá
e saúda a beleza
que há no mundo.
Kawó Kabiesilé!
Claudio Daniel procura manter elementos do oriki tradicional (nomes e epítetos dos orixás, mitos, atribuições e atributos), mas com uma crítica contemporânea, incorporando temas da situação política e social do país.
Fonte: Claudio Manuel/ vermelho.org
XANGÔ
“Xangô é um orixá que faz parte das religiões de matriz africana no Brasil. É o orixá dos raios e da justiça, sendo justo, bondoso, forte e ágil, e não tolerando injustiças cometidas por mentirosos e por bandidos. O sincretismo religioso fez com que ele fosse relacionado com o santo católico São Jerônimo.
Os historiadores afirmam que Xangô se trata de um personagem histórico que passou a ser divinizado depois de sua morte. Ele teria sido alafim do Império de Oió, sendo destituído de seu trono. Isso o teria feito suicidar-se, transformando-se em orixá. O seu culto era muito popular e foi trazido ao Brasil por meio do tráfico de escravizados.”
Fonte: Brasil Escola