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pudim alemão

PUDIM ALEMÃO: CAMPEÃO DOS CAMPEÕES NO REINO DAS DELICITUDES

PUDIM ALEMÃO: CAMPEÃO DOS CAMPEÕES NO REINO DAS DELICITUDES

Hoje, basta uma busca na internet, e qualquer receita está ao alcance da mão de quem queira se aventurar no reino das delicitudes.

Por Lúcia Resende

Mas nem sempre foi assim. Tempo houve em que a cozinha era universo sagrado, com segredos de família, muitas vezes guardados pela matriarca (sim, cozinha era reduto feminino!), e o acesso a esses segredos só era permitido a quem manifestasse o dom da culinária. Hoje, isso mudou, e mudou muito. Ainda bem!

Era comum, também, a troca de receitas entre amigas, vizinhas. Esse costume permanece forte, felizmente hoje sem limitações de gênero. Pois a receita que trazemos nesta edição da Xapuri foi aprendida numa dessas prosas boas que sempre acontecem entre amantes da boa mesa.

Tenho uma amiga que tudo que ela faz é sinônimo de delícia. Quem a conhece sabe do que falo. Ruth Gebrim França Teles, Rutinha, para os íntimos, tem mãos de fada mesmo!

Com ela tive a sorte de conviver por vários anos em uma escola. Ambas professoras, ambas apaixonadas por culinária, vez ou outra a prosa descambava pra esse lado. Pois o pudim alemão surgiu numa dessas oportunidades.

O porquê do nome ela não sabe, mas o aprendizado foi há mais de três décadas, numa ocasião em que ela foi almoçar na casa de uma tia do marido, em Belo Horizonte, a tia Zulmira. A sobremesa era exatamente o pudim alemão. Felizmente, graças ao costume que permanece e à generosidade da minha amiga, tive o privilégio de aprender também, cá em terras goianas.

A receita? É muito mais que fácil e vocês não imaginam a delícia que é! Nada de panela suja, nada de forno. É do liquidificador à geladeira, e o sabor é inigualável. Agora, chega de prosa e vamos ao que interessa!

Ingredientes

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite

1 lata de leite

1 pacote de gelatina sem sabor dissolvida em ½ xícara de água

Calda

1 copo de vinho (ou suco de uva)

½ copo de água

5 (+-) colheres de açúcar

5 cravos-da-índia

Modo de fazer

Dissolva a gelatina. Em seguida, coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até misturar bem. Coloque numa forma de pudim e leve para gelar. Desenforme quando estiver firme (cerca de 4 horas).

Enquanto isso, faça a calda: leve ao fogo os ingredientes até que o líquido adquira uma consistência mais espessa. Esfrie e leve à geladeira. Sirva espalhando sobre o pudim desenformado e decorado (a gosto) ou sirva em vasilha à parte.

Dica

Para a calda, em lugar do vinho ou suco de uva, podem ser usadas frutas vermelhas, por exemplo, amora, morango, framboesa…

 Publicado em originalmente em 24 de junho de 2017

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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