Rua Deserta, um destino para a Felicidade

Rua Deserta, um destino para a Felicidade –

Por: Joacir S. d´Abadia – 
Senhor Tchan! Wiá voltava pra casa. Seu carro parou. De dentro saiu gritando Tchan: “meu sono, quero dormir.”
O cantor empresário: No carro, Mey se debatia com a cabeça doendo: nascia Blou, um homem composto.
Cantou : “Não faço ideia/Se coloca de tudo aí/Este Nome é feio,” enquanto negociava saudades da .
O dizer: “Isso tá estranho”.  Grita Mey : “Eu já vi isso antes: não tá legal, pára de ficar falando nisso, pois não é verdade”, um cântico é a fala da .
Tchan rebate: “sem raciocínio, vou pra casa dormir. Cabeça ruim, tomei “.
“Que amigo é esse que despede só da vida?” fez Blou.
Com Wiá e sem desejar boa a Mey, o carro explode.
“Vamos ficar com saudades deles”,  recorda Blou agonizando, vendo seu em chamas e, numa das mãos de Tchan, o controle que explodira tudo, sendo que, da outra mão jogava para o ar uma escrita de próprio punho, na qual reportava: “Brindar a Felicidade… Ops! ANTES UMA NOTA DE ESCLARECIMENTO… A Felicidade não está nos copos, nos dissabores da vida! Pode ser que a encontre num sorriso. Pode ser!
Quer brindar a felicidade comigo? Precisa ser feito o agendamento com muito de antecedência, visto que, minha disponibilidade, graças a vocês que gostam muito de minha alegria, está lotada.
Vez e outra consegue um espaço para a tristeza em minha vida, porém não acredito que vocês gostariam de contratar este show sem vida. Não contrate minha tristeza, pois ela pode ser cancelada rapidamente deixando vocês desamparados.
Brinde, comigo, a Felicidade. Todavia, minha agenda está lotada para a alegria”.
Felicidade carmelitas.org .br
Foto: carmelitas.org.br
ANOTE AÍ:
Joacir pb 1
@Padre Joacir d’Abadia – Filósofo autor de vários e membro das Academias de Letras “ALANEG” e “ALBPLGO”
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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