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SÃO PAULO: INCÊNDIOS, QUEIMADAS, POLUIÇÃO E CHUVA PRETA

SÃO PAULO: INCÊNDIOS, QUEIMADAS, POLUIÇÃO E CHUVA PRETA

: Incêndios, , e Chuva Preta
 
O estado de São Paulo enfrenta uma onda de incêndios e queimadas sem precedentes. Situação extremamente grave com um quadro de absolutamente fora do normal e extraordinário. 
 
A situação das queimadas em São Paulo alcançou níveis alarmantes. Na sexta-feira passada, 23 de agosto, foram registrados 1.886 focos de calor, o dobro da média histórica mensal para agosto, que é de 914 focos.  Nos dois dias anteriores, segundo informações do MetSul, entre 22 e 23 de agosto, o número de focos de calor atingiu 2.316, ou seja, 253% da média mensal.
 
Com 49.743 focos de calor acumulados até o momento, o estado já superou os números de queimadas dos anos anteriores. Com a atmosfera tomada de material particulado de queimadas sem precedentes no estado paulista, no sábado, 24,caiu sobre São Paulo uma chuva preta  precipitação de soot, ou fuligem.
 
Soot (fuligem) e a chuva preta estão intimamente relacionados, especialmente em áreas urbanas e industriais onde há grandes quantidades de poluição no ar. A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva.
 
Esse tipo de chuva, de coloração escura, é indicativo de altos níveis de poluição, e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis.
 
Resultado das fumaças das queimadas com à poluição atmosférica, a chuva preta ocorre pelo lançamento de fuligem e material particulado na atmosfera, que são partículas muito finas de sólidos ou líquidos que ficam suspensas no ar.
 
SÃO PAULO: INCÊNDIOS, QUEIMADAS, POLUIÇÃO E CHUVA PRETA
(DF), 25/08/2024 – Brasília amanhece encoberta por fumaça causada por incêndios florestais – Marcelo Camargo/Agência
 
FUMAÇA DE SÃO PAULO CHEGA A BRASÍLIA 

Com os ventos, essas partículas são arrastadas por quilômetros, sendo levados para outras cidades. Brasília,  mais de 1.00o quilômetros distante de São Paulo, amanheceu tomada pela fumaça vinda das queimadas paulisas domingo do dia 25. 

Brasília amanheceu coberta por fumaça neste domingo (25). Segundo o de Bombeiros, a situação é proveniente dos incêndios no interior de São Paulo.

De acordo com a corporação, a fumaça chegou até Brasília devido “a mudança de cerca de 180º na direção do vento, ainda agravada por um sistema de alta pressão que não permite a dissipação da fumaça”.

Inicialmente, os bombeiros informaram que a fumaça era decorrente dos vários incêndios que aconteceram ao longo da semana, mas a informação foi corrigida às 11h.

Segundo o MetSul, a chuva preta tem implicações significativas para o e para a . Ela pode contaminar a água, afetar solos e prejudicar a vegetação. Além disso, pode provocar a degradação de superfícies urbanas, como prédios e veículos, aumentando os custos de manutenção e problemas de poluição.

Fontes: CNN, O GLOBO, Agência Brasil.

SÃO PAULO: INCÊNDIOS, QUEIMADAS, POLUIÇÃO E CHUVA PRETA
Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

 
 

 

 
 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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