UM PACTO COM A PERMANÊNCIA

UM PACTO COM A PERMANÊNCIA 

UM PACTO COM A PERMANÊNCIA 

A cada luta nossa na defesa de um melhor, mais justo e mais solidário, o companheiro Athos Pereira estará sempre presente. O Sindicato dos Bancários de Brasília se soma na saudade, no respeito e nas homenagens ao imprescindível camarada Athos Pereira da Silva.

Eduardo Araújo – Presidente, Bancários Brasília 

ATHOS PEREIRA UM DEMOCRATA CONVICTO

Athos permanece entre nós. Ele segue presente nos políticos que se tornaram realidade a partir do ideário de do Partido que ajudou a criar. 

Heli Dourado

A sra. Erika Kokay (Bloco/PT-DF, como Líder.) – Eu começo a minha fala prestando minha profunda solidariedade a todos os familiares de Athos Pereira, [que] nos deixou, mas estará sempre em todas as pessoas que lutam pela , pela liberdade, pelos direitos. Athos, que durante tantos anos ajudou a construir a Liderança do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores nesta Casa, nos deixou profundos ensinamentos, foi mestre de cada uma e de cada um de nós. Aqueles e aquelas que têm a noção exata de que nós temos que ter uma sociedade em que todas as pessoas possam viver plenamente a humanidade, sabem da importância de Athos Pereira. Diz o que há pessoas que não morrem, apenas ficam encantadas.

Athos Pereira ficou encantado. E diz também o poeta que saudade não é sinônimo de ausência, que ela é presença. Há pessoas que têm um certo pacto com a permanência, porque ficam naqueles e naquelas que aprenderam com seus ensinamentos, com seus exemplos. Portanto, Athos Pereira estará sempre presente, sempre presente. Hoje nós estamos mais tristes, sem nenhuma dúvida, mas também estamos extremamente gratos e gratas por termos tido a oportunidade, nesta vida, que, diz o poeta, às vezes embrulha tudo, de conviver com Athos Pereira. Nossa profunda solidariedade à família, [com a] nossa convicção de que ele está presente, hoje e sempre. Vamos ver Athos Pereira em toda essa construção que este está fazendo na busca da eliminação das desigualdades.

Quando nós assistimos ao resultado do da ONU que aponta que o Brasil reduziu por volta de 85% a insegurança alimentar severa, encontramos os ensinamentos de Athos Pereira e encontramos Athos Pereira. Quando olhamos para o que foram essas Olimpíadas, vemos que 100% das medalhas conquistadas pelo Brasil tiveram participação do Bolsa Atleta, criado por Luiz Inácio Lula da Silva alguns anos atrás. Lula criou o Bolsa Atleta que, segundo Rebeca [Andrade], a recordista em medalhas para o Brasil, é fundamental para que as pessoas possam desenvolver a sua potencialidade no esporte. É coisa do PT. É coisa de Lula. São marcas que nos deixa Athos Pereira. (…) Nós estamos vivenciando agora a devolução do Brasil para o brasileiro. Por isso, em cada ato de valorização de cada brasileiro e de cada brasileira, na diminuição da , na diminuição do desemprego, sabemos que ali está Athos Pereira.  (…) que nos ensinou a coerência e o compromisso e nos mostrou como trançar com muita afetividade as trincheiras da própria vida. Athos Pereira, Presente! 

Erika Kokay Discurso proferido na Câmara dos Deputados, na noite do dia 13/08/2024, em a Athos Pereira da Silva.

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ATHOS PEREIRA COM BANDEIRA scaled

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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