Você sabe o que é sustentabilidade?
Muito tem se falado em sustentabilidade e a importância de praticá-la, mas você sabe o significado desse conceito?
Por Vanessa de Oliveira/via pensamentoverde
Pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade de Campinas) avaliou a percepção que os consumidores têm sobre sustentabilidade e concluiu que muitas pessoas confundem conceitos, de acordo com seu nível de informação e escolaridade, e não priorizam comportamentos que podem contribuir com o meio ambiente.
Ao todo, 590 consumidores das regiões de Campinas, Jundiaí e São Paulo tiveram os comportamentos e crenças sobre o tema analisados.
Segundo definição da ONU (Organização das Nações Unidas), a sustentabilidade se trata de um “desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para atender às suas próprias necessidades”. O conceito tem três pilares: ambiental, social e econômico, mas especialistas avaliam que o meio ambiente é o ponto mais forte para os indivíduos, por uma questão histórica.
Significado para os consumidores
Na pesquisa, foram entrevistadas pessoalmente 150 pessoas, com ensinos superior e médio, na primeira etapa do estudo. Foram utilizadas técnicas que permitiam “respostas livres” dos consumidores, de acordo com o entendimento de cada um. Quatro perguntas foram feitas a eles, que deveriam escrever o que viesse à cabeça.
Na visão dos entrevistados, a sustentabilidade se trata de alimentação saudável produzida de forma sustentável. Eles também se lembraram dos alimentos orgânicos, apesar de o consumo não ser um hábito comum dos brasileiros.
Na avaliação, as pessoas com ensino superior relacionaram a sustentabilidade mais com as questões do meio ambiente e econômica, principalmente os homens. Os entrevistados com ensino médio, ligaram à nutrição e o sustentar, especialmente as mulheres.
Hábitos alimentares
A segunda fase da pesquisa foi realizada online, com 440 consumidores e focou nos hábitos alimentares sustentáveis. A proposta do estudo era analisar o entendimento sobre os benefícios ambientais resultantes de um consumo sustentável e a capacidade que teriam de mudar o comportamento, reduzindo carne vermelha, por exemplo, ato que resultaria na diminuição da emissão de gás carbônico na atmosfera.
O estudo identificou que a atitude de comprar em quantidade que evite o desperdício foi predominante entre os entrevistados. Por outro lado, a realidade do país, analisada na pesquisa, é de um histórico de desperdício tanto no consumo quanto na produção de alimentos.
Com relação ao consumo de carne, ficou demonstrado que a redução é algo difícil, principalmente entre o público masculino.
A pesquisa concluiu que melhorar a relação das pessoas com a alimentação saudável e sustentável depende de incentivo para o consumidor e também para a produção, garantindo mais acessibilidade aos alimentos orgânicos, por exemplo.
Fonte: https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/voce-sabe-o-que-e-sustentabilidade/
https://xapuri.info/pt-e-agora-psol-pede-que-tse-exija-acoes-do-whatsapp/
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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