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MST e organizações se unem para lançar 4 toneladas de sementes da palmeira juçara no Paraná

Cerca de quatro toneladas de sementes da palmeira juçara, árvore ameaçada de extinção na Mata Atlântica, serão lançadas nesta quarta-feira (7).

Por Movimento Livre Sem Terra/Mídia Ninja

Na Semana do Meio Ambiente, MST e órgãos públicos promovem a semeadura aérea em área de reserva legal da Mata Atlântica, em Quedas do Iguaçu (PR).

Cerca de quatro toneladas de sementes da palmeira juçara, árvore ameaçada de extinção na Mata Atlântica, serão lançadas nesta quarta-feira (7), em uma área de reserva legal da reforma agrária de Quedas do Iguaçu, região centro-sul do Paraná. As sementes serão lançadas de um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A ação ocorrerá em uma área de 67 hectares de reserva legal da comunidade de reforma agrária Dom Tomás Balduíno e nas encostas do Rio Iguaçu, área alagada após a construção da represa da Usina de Salto Osório. Mais de 2,5 mil famílias vivem atualmente na região. No passado, essa mesma área foi utilizada por uma empresa de monocultivo de pinus e eucalipto, fato que provocou a sua degradação.

A ação sendo organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/PR), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Itaipu, Agroecology Fund (AEF), Laboratório Vivam de sistemas agroflorestais da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/LS), Prefeitura e Câmara de Quedas do Iguaçu, e o Instituto Água e Terra (IAT/PR). Representantes dos órgãos estarão presentes na atividade.

A ação integra o Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis, lançado pelo MST em todo Brasil em 2020. O objetivo é plantar 100 milhões de árvores em dez anos nas escolas do campo, cooperativas, centros de formação técnica, praças, avenidas e nas cidades, fortalecer a produção de alimentos saudáveis nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST, denunciar o modelo destrutivo do agronegócio e seus impactos ao meio ambiente.

O Plano foi lançado no contexto de desmonte de políticas públicas de proteção ambiental e de afrouxamento das normas ambientais que ampliaram a destruição de todos os biomas brasileiros. A Mata Atlântica está entre os mais afetados. Segundo novo atlas divulgado no relatório da SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional Pesquisa Espacial (INPE), o Paraná é o terceiro estado do país que mais destrói o bioma. Foram 2.883 hectares de corte ilegal em 2022, deixando o Paraná atrás de Minas Gerais e Bahia. Em todo o país, mais de 20 mil hectares de floresta foram destruídos no ano passado.

A juçara é uma das várias espécies típicas do bioma Mata Atlântica ameaçadas de extinção. A extração ilegal de seu palmito é o principal motivo da redução expressiva da quantidade da palmeira da floresta.

Programação

8h – Visita a uma unidade de processamento do fruto da juçara
9h – Café da manhã com produtos das frutas nativas da Mata Atlântica
10h – Ato político, com presença de representantes de autoridades públicas
11h30 – Início do lançamento das sementes
13h – Almoço
15h – Matinê

Fonte: Mídia Ninja. Foto: Fundação Floresta. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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