Bela Gil: Lula Livre!

Bela Gil: Lula, o povo está com você! !

A apresentadora de TV visitou na noite de terça, dia 10 de abril,  o acampamento Lula Livre em Curitiba, e presenteou uma moradora da região com uma cesta de produtos agroecológicos

Da Redação da Agência PT de Notícias

A apresentadora de TV Bela Gil visitou na noite desta terça-feira (10) o acampamento da vigília Lula Livre. Acompanhada das do acampamento, ela entregou uma cesta com produtos agroecológicos a dona Marina Santos Silva, vizinha do acampamento que tem aberto sua casa para apoiar o pessoal que está acampado.

Em seguida, Bela foi conduzida pelas mulheres até a praça Olga Benário, no centro do acampamento, onde falou em apoio à ao nosso presidente. “ Lula, o povo está com você! Lula livre!”, disse, ressaltando que “o ato de se manifestar é livre e precisa ser respeitado”.

Bela emocionou os presentes ao ato no acampamento. “Quero agradecer a todos que estão aqui, pela resistência, em defesa da e da ”, disse. “Vamos tirar o da fome de novo. Reforma agrária já”, afirmou.

“A maior produção de arroz orgânico do País é do MST. São vocês que colocam comida no nosso prato, não o agronegócio”, lembrou. Sobre dona Marina, Bela disse que ela representa o amor pelo próximo. “São seres humanos que estão aqui, independentemente de ideologias e visões de ”, disse.

A possibilidade de conviver com o pessoal do MST, acampado diante da casa ela, mudou a visão que dona Marina sobre o Movimento. “Eu tinha uma visão totalmente errada de vocês. Quando vi que estava todo mundo calmo, decidi ajudar”, contou. “Saí de casa, dei bom dia, uma me sorriu, ganhei o dia”, lembrou. Ela ofereceu a casa para as mulheres tomarem banho. O caminhão baú do marido dela está abrigando o sono dos militantes durante a noite. Na homenagem a dona Marina, mulheres leram para ela um poema de Eduardo que fala de caridade e de .

Bela Gil agradeceu a chance de estar no acampamento. “É muito bom dar luz e voz a uma manifestação tão importante para o País inteiro”, disse. Ela foi presenteada pelas mulheres do MST com uma cesta de produtos agroecológicos.

 Foto: Francisco Soler

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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