Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

Pelo Cerrado Vivo: diversidades, territórios e democracia.

Este será o tema da nona edição do Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Com abertura no dia 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, o evento será realizado em Brasília até dia 14 do mesmo mês e será um espaço para debates, reflexões e trocas de experiências sobre a realidade do Bioma e os desafios enfrentados pelos povos e comunidades tradicionais que habitam o Cerrado.

A expectativa é que cerca de 600 pessoas, entre representantes de povos e comunidades tradicionais, de organizações da civil e se juntem na capital federal. O principal objetivo é dar voz e visibilidade ao Cerrado e a seus povos, que são os guardiões de toda a sociobiodiversidade presente no Bioma.

Para Maria do Socorro Teixeira Lima, quebradeira de coco babaçu e coordenadora geral da Rede Cerrado, o Encontro e Feira irá reforçar a importância e chamar a atenção para o Cerrado. “Ele é o nosso berço das águas e a água é um bem comum a todos nós. Se o desmatamento continua no Cerrado (que já perdeu mais da metade da vegetação nativa), toda a sociedade sofrerá as consequências”, alerta.

Vale lembrar que o Cerrado abriga oito das doze regiões hidrográficas brasileiras e abastece seis das oito grandes bacias hidrográficas do país – Amazônica, Araguaia/Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico Leste e Paraná/Paraguai. Além disso, é no Cerrado onde estão localizados três dos principais aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e . A contribuição hídrica do Cerrado para a vazão da bacia do Paraná chega a 50%; à bacia do Tocantins chega a 62%; e a 94% da bacia do São Francisco. O Bioma Pantanal é totalmente dependente da água do Cerrado e grande parte da energia consumida no Brasil é gerada com as águas do Cerrado.

Todavia, o Cerrado é um Bioma pouco reconhecido e protegido nacional e internacionalmente e está sendo rapidamente substituído por extensas áreas de monoculturas e pecuária. A devastação da cobertura vegetal do Cerrado já chega a mais de 50% do território, comprometendo nascentes, rios, riachos.

Não só a fauna e flora nativas se veem ameaçadas pelo forte avanço do , mas também os povos e comunidades tradicionais que vivem no Cerrado há mais de 12 mil anos, convivendo em harmonia com o . Eles são a representação atual da nossa sociobiodiversidade, enquanto conhecedores e guardiões do patrimônio ecológico e da cultura da região. São mais de 80 etnias presentes no Bioma, além dos , trabalhadoras e extrativistas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, ribeirinhos, pescadores artesanais, barranqueiros, fundo e fecho de pasto, sertanejos, ciganos, entre tantos outros.

Esses povos e comunidades de cultura ancestral vivem, principalmente, do extrativismo, do artesanato e da agricultura familiar. Seus modos de são importantes aliados na conservação dos ecossistemas, pois formam paisagens produtivas que proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado, como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos estoques de carbono.

Faça parte do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

 O orçamento geral do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado se aproxima dos R$ 300 mil, incluindo despesas com deslocamento, infraestrutura, saúde, divulgação e , montagem das tendas para a realização das oficinas, equipamentos de som e iluminação, contratação e montagem de palco para shows, entre outros.

A Rede Cerrado, em conjunto com as suas entidades associadas, está mobilizando os recursos necessários para a realização deste grande encontro com organizações parceiras e possíveis patrocinadores.

Além disso, foi lançada uma campanha de financiamento coletivo para que qualquer pessoa possa colaborar com a realização do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Os recursos arrecadados nesta campanha são fundamentais para complementar o orçamento geral, sendo seu sucesso muito importante para fortalecer a mobilização dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado.

Para saber mais sobre a campanha de financiamento coletivo para o IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado e contribuir acesse:

https://benfeitoria.com/encontroefeirapovosdocerrado

Rede Cerrado

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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