Covid-19: O pior está por vir

: O pior está por vir

OMS diz que pior está por vir e que pandemia do coronavírus ‘está longe de ter terminado’

por: Yuri Ferreira

Em entrevista coletiva no dia de hoje, o diretor-geral da Organização Mundial da  (OMS), Tedros Adhanom afirmou que “o pior ainda está por vir” e que a pandemia está “longe de acabar”. A dura fala da maior autoridade em do deve servir de alerta para a expansão do vírus e reforça a necessidade da continuidade de medidas como o isolamento social e testagem em massa.

Das 7 bilhões de pessoas no mundo, há pouco mais de 10 milhões de casos confirmados. É daí que parte a análise da OMS. Ainda existem bilhões de pessoas que não foram expostas à covid-19 e o campo de ação do vírus ainda é vasto. Se os devidos cuidados não forem tomados, a doença pode causar estragos ainda maiores, antes mesmo de chegada da tão esperada vacina.

– Coronavírus: mira reabertura e OMS diz que pior momento da pandemia está por vir

“Todos nós queremos que isso acabe. Todos queremos continuar com nossas vidas. Mas a dura realidade é que isso não está nem perto de terminar. Embora muitos países tenham feito algum progresso globalmente, a pandemia está realmente acelerando”, afirmou Tedros.

O diretor-geral da OMS ainda mostrou a importância da pesquisa científica, que identificou na dexametasona um aliada para combater os quadros graves da doença e tem reduzido em 30% as por covid-19.

“A questão crítica está em como os países irão lidar com nos próximos meses com o vírus. Esse, infelizmente, é o novo normal. Muitos países implantaram medidas para suprimir a transmissão e salvar vidas e tiveram sucesso, mas não conseguiram extinguir completamente o coronavírus e estão vendo uma ressurgência nos casos”, completou.

Na Alemanha, a preocupação com uma segunda onda do vírus após um surto ocorrido em um frigorífico levantou atenção do mundo, tendo em vista que o país era um modelo para a contenção do novo coronavírus. Na China, o surto do mercado de Xinfadi também levantou dúvidas sobre o tamanho e a potência de uma segunda onda da doença.

O Brasil segue em segundo lugar no número de novos casos e casos totais da doença, sendo uma das principais vítimas do novo coronavírus. Os mais de 57 mil mortos da doença são um reflexo de políticas relativamente leves de isolamento social. A reabertura de grandes capitais e até a volta de público em estádios de são alguns dos indicativos de que o país ainda vai sofrer bastante com a pandemia.

Yuri Ferreira

Jornalista formado na de Jornalismo da Énois. Já publicou em veículos como The Guardian, UOL, The Intercept, VICE, e hoje escreve aqui no Hypeness. No twitter, @porfavorparem.

Fonte: Hypeness

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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