Resistência e Consciência Negra no Brasil

Resistência e Consciência Negra no Brasil

Resistência e Consciência Negra no Brasil

O Brasil celebra o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares, herói da contra a escravidão e a discriminação racial no Brasil.Primeiro feriado brasileiro originário da mobilização do Movimento Negro.
2011 – Lei 12.519, sancionada pela presidenta , cria o Dia Nacional da Consciência Negra como feriado facultativo. Hoje, mais de 800 municípios brasileiros celebram o Dia Nacional da Consciência Negra. 2003 – Lei 1 0.639 institui a celebração do dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, como parte do calendário escolar e torna obrigatório o ensino da História e na grade curricular das escolas. 1978 – O Congresso do Movimento Negro Unificado determina o dia 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. 1971 – O Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, revela a data da de Zumbi, um dos ícones da República de Palmares.

 

Zumbi dos Palmares
O Líder Negro de Todas as Raças

1600 – Negros e negras fugidos de engenhos e fazendas na Capitania de Pernambuco fundam o Quilombo dos Palmares.
1630 – Os holandeses invadem o Nordeste brasileiro. 1644 – Tal como antes falharam os portugueses, os holandeses falham na tentativa de aniquilar o Quilombo dos Palmares. 1654 – Os portugueses expulsam os holandeses do Nordeste brasileiro. 1655 – Nasce Zumbi, em um dos mocambos de Palmares. 1662 (?) – Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados e dado ao padre Antônio Melo, da Capitania de Pernambuco. Zumbi é batizado, passa a ajudar nas missas e a estudar Português e Latim. 1670 – Zumbi foge e regressa a Palmares. 1675 – Na contra os soldados portugueses comandados pelo sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. 1678 – Pedro de Almeida, governador da Capitania de Pernambuco, propõe ao chefe Ganga Zumba a submissão do Quilombo, com a alforria para os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita. Zumbi é contra e resiste, por não admitir a liberdade apenas para alguns negros e não para todos. 1680 – Zumbi impera em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. 1694 – Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares. Embora ferido, Zumbi consegue fugir. 1695, 20 de Novembro – Zumbi é preso e degolado em combate, defendendo seu povo e sua comunidade no Quilombo dos Palmares. 1710 – Palmares se desfez.

Quilombo dos Palmares

Quilombos eram comunidades estrategicamente encravadas em locais de difícil acesso entre matas, e , onde os escravos e escravas que conseguiam fugir das prisões e das fazendas se refugiavam e formavam suas “Repúblicas Livres”, com populações variadas de dezenas a milhares de pessoas.
O mais famoso dos Quilombos foi o de Palmares, também chamado pelos escravos e escravas como a “ da Promissão”. Localizado na Serra da Barriga, na antiga Capitania de Pernambuco, hoje Município de União dos Palmares, no estado de Alagoas, Palmares chegou a contar com uma população de 30 mil pessoas.
Palmares, assim como todos os demais quilombos brasileiros, representa uma forma de resistência da identidade e da Cultura Africana no Brasil.
“A cada novo 20 de novembro, Zumbi se espraia, amplia o seu território na consciência nacional, empurra para os subterrâneos da história seus algozes, que foram travestidos de heróis.”
Sueli Carneiro

Resistência e Consciência Negra no Brasil

casa-negros1871 – Lei do Ventre Livre tornou livres os filhos de escravos nascidos a partir de sua promulgação.  1885 – Lei dos Sexagenários concedeu o direito à liberdade para os escravos e escravas com mais de 60 anos.  1888 – Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, encerrando a escravidão no Brasil. Aos ex-escravos foi dado o direito de deixar as fazendas em que trabalhavam, ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos. Muitos permaneceram nas fazendas como agregados, por não terem para onde ir.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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