Hidroponia

HIDROPONIA

Jack Soifer

No Norte da Europa, principalmente na Holanda, Escandinávia e Norte da Alemanha, o consumidor paga mais para ter garantias de hortigranjeiros saudáveis. Um nicho que devemos explorar melhor.

Temos poucos bons exemplos em Portugal. A Horta d’ vende hortícolas vivos com raiz, que tem no seu ADN produtos naturais. Ela alia a de ponta às boas práticas agrícolas, e vende alfaces verdes e roxas, frisada, multifolhas e lisas. Também acelgas, nabiças, agrião e aromáticas como manjericão, hortelãs e rúcula.

A hidroponia reduz o uso de água, preserva os solos e o equilíbrio ambiental. Aproveita o sol e a luz natural; as estufas protegem as culturas. A horta é ergonómica, suspensa acima do solo fora do alcance de rastejantes. O solo está coberto com uma tela que impede infestantes. A água e os nutrientes circulam nas hortas, estando sempre disponíveis para as plantas; é reciclada. Estas absorvem só o que lhes é necessário ficando o restante em circulação. Não há resíduos e o desperdício orgânico é utilizado para .

A energia consumida em 80% vem de fontes renováveis. A produção tem certificação B2B Global GAP e HALAL. Esta última é para uso em restaurantes e lares islâmicos, que pagam bem.

Os hortícolas por terem raiz e não sofrerem cortes na colheita, mantêm a frescura, aroma e sabor até ao seu consumo; duram mais. Basta manter as húmidas. É a forma natural de consumir legumes.

“Apesar do imenso potencial de exportação, são raros os agricultores tecnológicos que recebem apoio dos programas como o 2020. Unidades como esta poderiam totalizar uns 200 milhões/ano em exportações”

Os não lavados, embalados imediatamente após a colheita, sem o stress da lavagem industrial, mantém as suas características organoléticas até ao momento do consumo.

A Horta d’Agua foca na alimentação saudável, , valorização dos e gestão dos recursos ambientais. Realiza ações com escolas para difundir este modo de natural e tecnológica.

Apesar do imenso potencial de exportação, são raros os agricultores tecnológicos que recebem apoio dos programas como o 2020. Unidades como esta poderiam totalizar uns 200 milhões/ano em exportações.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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