Jaime, Jaimíssimo!
Homenagem ao Jaime Sautchuk
Jaime Sautchuk gostava de escrever simples, tantas vezes mencionava o jeito “barde no cantim” de escrever (parafraseando Bariani Ortêncio). Dizia que Altair Sales Barbosa era igual nós (querendo dizer ele), simples (falou com todas as letras) e sabido das coisas (isso ele jamais teria dito de si mesmo).
Cláudia Costa Saenger
Jaimim era igual ao Judiciário, eu brincava, só falava quando era provocado. Dizia que tava “tudo direitim” (mesmo não estando), parecendo que faria tornar as palavras com poder maior do que elas realmente têm. E assim era ele. Um jeito de encantar e ser encantado com e por palavras era a sua habilidade maior.
Tivemos momentos marcantes, como a estreia do livro do Cruls na Bienal. Tive a felicidade de participar de “O Causo eu Conto” e de tantos outros momentos.
Na sexta-feira (09/07), Jaime dizia que “havia muitas notícias ruins” e também que, naquela ocasião, tinha abdicado de escrever a matéria de capa da Xapuri. Isso me deixou perplexa, porque junto disso dizia que tinha sonhos vívidos da Serra do Cachimbo e outras passagens reais em sua vida. “Trodia” tinha dito de um sonho em que tinha escrito um poema muito bonito. Não soube descrever bem o sonho, mas se esmerou em recapitular. Enquanto almoçávamos, ele, do nada, soltou: “nunca mais volto ao Espinhaço!” (a serra mineira)… Eu, sem entender, perguntei o motivo. Ele: “De lá, só restou o bagaço”. Se ocupava em recuperar da memória o poema do sonho que teve.
N’outros dias tinha escrito “poeminha” (palavras dele) pra me homenagear. Pra mim era poemaço. Me dizia que eu era a alma boa de Setsuan (citando Bretch).
Assim, Jaimíssimo (chamava ele assim no início do nosso namoro) volta como um assopro de vento em todos os instantes pra mim. Saudades eternas!
Cláudia Costa Saenger – Companeheira de Jaime.
Jaime Sautchuk (1953-201).
E-Book Por Um Mundo Sem Veneno

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