Movimento se opõe à economia linear, na qual há extração, produção e descarte imediato dos materiais
Já pensou em um produto sem embalagem ou com embalagem reaproveitável e sem nota fiscal em papel? O movimento lixo zero, aos poucos, passa a ser adotado pelo mercado para reduzir os impactos ao meio ambiente. A tendência adota um conceito chamado de economia circular e não se trata apenas de reciclar os materiais. Tem a ver com a reutilização de cada material com o mínimo de desperdício possível.
Este é um modo de produção que se opõe à economia linear, na qual fábricas e indústrias extraem, produzem e descartam produtos em grande escala. Em um mundo com recursos finitos, esse processo pode, inevitavelmente, levar ao esgotamento de matérias-primas e ao acúmulo de lixo. Consequentemente, também aumenta o custo de extração e de produção. Em resumo, o número de resíduos inutilizados pode ser potencialmente tóxico aos seres humanos, além dos recursos poderem se esgotar.
Para evitar a escassez e o impacto ambiental, surge a economia circular, na qual a empresa domina a gestão completa do ciclo de vida dos produtos. Redução de lixo, poupança de energia e economia de água, além de curtos ciclos baseados em reutilização e reparação são algumas características dessa nova forma de se desenvolver e distribuir produtos, baseando-se na inovação e na eficiência da utilização de recursos.
De acordo com um relatório lançado na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente em 12 de março de 2019, o rápido crescimento da extração de materiais é o principal culpado pelas transformações climáticas ao redor do mundo e pela perda de biodiversidade. Segundo o relatório, a extração e o processamento de materiais, combustíveis e alimentos contribuem com metade do total global de emissões de gases do efeito estufa e com mais de 90% da perda de biodiversidade e estresse hídrico. Até 2010, mudanças no uso da terra haviam causado uma perda global de espécies estimada em 11%.
Além disso, a extração de recursos mais do que triplicou desde 1970, incluindo um aumento de cinco vezes no uso de minerais não metálicos e um aumento de 45% no uso de combustíveis fósseis. O uso global de materiais poderia dobrar e chegar a 190 bilhões de toneladas até 2060. Já a emissão de gases do efeito estufa poderia aumentar em 43%.
“O Panorama Global sobre Recursos mostra que estamos avançando sobre os recursos finitos do planeta como se não houvesse amanhã, causando mudanças climáticas e perda de biodiversidade ao longo do caminho”, afirmou Joyce Msuya, diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente. “Francamente, não haverá amanhã para muitas pessoas se não pararmos.”
O relatório utilizou dados de tendência histórica para traçar um cenário para 2060. Até lá, espera-se que o uso de recursos naturais cresça 110%. Resultado: aumento de 43% nas emissões de gases do efeito estufa, mais de 10% na redução de florestas e cerca de 20% na redução de outros habitats.
O Panorama 2019 foi preparado pelo Painel Internacional sobre Recursos. Ele analisa as tendências em recursos naturais e o seus padrões correspondentes de consumo desde os anos 1970, com o intuito de apoiar formuladores de políticas em tomadas estratégicas de decisão e na transição para uma economia sustentável.
Para reduzir todo esse impacto, algumas empresas apostam em novas cadeias de produção e administração de recursos. Nessa nova lógica, shampoo e outros produtos cosméticos comuns estão sendo vendidos com a impressão diretamente nos frascos, sem necessidade de rótulos de papel; a nota fiscal é digital e enviada para o e-mail; e ainda há empresas que adotam a prática de embalagens retornáveis com algum benefício ou desconto na devolução.
Na mesma onda do lixo zero, também estão os canudos de plástico. Em várias cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Santos, a comercialização desses utensílios foi proibida por lei municipal. Em São Paulo, a Câmara aprovou um projeto de lei com o mesmo objetivo. Algumas empresas também investem em alternativas biodegradáveis e em outras opções, como canudos de inox.
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