Primeiro de Maio:Trabalhadores em Luta

Primeiro de Maio: Trabalhadores em Luta – 

Por: Gustavao Dourado 

Primeiro de Maio é história
Trabalhadores em
A gravidade da
A incessante labuta
O sistema nos oprime
Com a sua ganga bruta

1º de maio de 1886:
A luta do operário…
Trabalho organizado:
Melhoria de salário:
A violência do poder:
Presente em meu diário…

Primeiro de Maio é história:
Trabalhadores em luta…
A gravidade da vida:
A incessante labuta…
O sistema que oprime:
Com a sua ganga bruta…

“Trabalhadores, uni-vos”:
Karl Marx já dizia…
Na dialética da vida:
Sobrevive-se na agonia…
Escravidão pós-moderna:
Novo se anuncia…

É o capital que oprime:
Com a sua mais valia…
O magnata que lucra:
Que reprime a poesia…
Que acorrenta o sonho:
E a ilusão da fantasia…

É hora de despertar:
Buscar a cidadania…
Na greve, na passeata:
Assembleia do dia-a-dia…
Na fábrica, no sindicato:
Que a peleja se anuncia…

Chega de alienação:
Liberte-se, se oriente…
A união faz a força:
Na rebeldia da gente:
O grito da multidão:
Revolução permanente…

Bombas, gás, reprimenda:
Abuso de autoridade
O cassetete deseduca
Vive-se na insanidade
Fala-se em demo cracia
Acorrentam a liberdade

Trabalha-se de sol a sol
Não se tem mobilidade
Falta tudo no hospital
Roubaram a privacidade
Assaltaram a consciência
Sofre-se na sociedade.

Professores sem valor
Com salário congelado
Se reclama, reivindica
O mestre é destratado
No lombo o cassetete
Da polícia do Estado

O terror oprime o povo
Sobe o juro bancário
Banqueiro a enricar
Com o lucro milionário
E nossa gente na fila
Do sofrimento diário

Desemprego, inflação
A mídia, a falsidade
Jabaculê, concussão
Mentira em publicidade
Multiplicam a pobreza
Reina a imoralidade

Imposto, ,
Fator Previdenciário
Tudo aumenta todo dia
Arrocha-se nosso salário
Sonegam, roubam, desviam
Tratam o povo como otário

Crimes os mais diversos
Contra a população
O caos está implantado
na contramão
A injustiça prevalece
Impera a corrupção

Violência, medo, vilania
Pulsa a midiocridade
Poluição,
Age mal a autoridade
Furtam a luz do dia
O povo fica na saudade

Será que a coisa muda?!
No ambiente deletério
O rico não fica preso
Tem as rédeas do imperio
É hora de transformar
Este nosso cemitério

Vamos respeitar o ser
Viver amor de
Deixar de acumular
O ouro da iniquidade
Equilibrar o
Cultivar fraternidade

Primeiro de maio CPDOC FGV

Imagem: CPDOC-FGV

ANOTE AÍ:

gustavo_dourado-dzai-com-br

 

 

 

Gustavo Dourado é um dos maiores poetas-cordelistas do . Sua excelente e extensa produção literária pode ser encontrada em www.gustavodourado.com.br/cordel.htm.  Gustavo é também presidente da Academia de Letras de Taguatinga.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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