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Roraima: Frente Parlamentar promove encontro com Agentes Ambientais Indígenas

Roraima: Frente Parlamentar promove encontro com Agentes Ambientais Indígenas

Roraima: Frente Parlamentar promove encontro com Agentes Ambientais

Frente Parlamentar Indígena promove reunião em Roraima para discutir elaboração de projetos leis de reconhecimento de agentes ambientais e GPVTI

A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos (FPMDDI), instância colegiada do , realizará nos próximos dias, 8 e 9 de abril, no Centro Regional Lago Caracaranã, na Indígena Raposa Serra do Sol, a reunião de elaboração de dois projetos leis para regulamentação dos Agentes Ambientais e Territoriais Indígenas (ATAIs) e do Grupo de Proteção, Vigilância e Territorial Indígena (GPVTI).

Os projetos são de autoria da federal Joenia Wapichana, coordenadora da Frente. Desde o ano passado, várias reuniões vem sendo realizada em conjunto com os agentes indígenas, organizações indígenas e indigenistas, que atuam na área de formação dos indígenas.

A reunião ouvirá os agentes indígenas, tanto do de Roraima, como de outros estados, para contribuir com a elaboração de projetos de lei para regulamentar as atividades realizadas pelos indígenas em suas terras tradicionais.

Para o evento, haverá a presença de agentes indígenas dos estados do Amapá, Acre, , Mato Grosso, Pará, Paraná, , Tocantins, Rondônia, representantes das organizações indígenas Conselho Indígena de Roraima (CIR), Federação das Organizações Indígenas do (FOIRN), Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX), Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso ( FEPOIMT) e outras, além das entidades, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Rede de Cooperação Amazônica (RCA), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Internacional de do Brasil (IEB) e demais convidados.

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Fonte: Frente Parlamentar Indígena

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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