Rosalindo e os móveis de buriti

Rosalindo, artesão , e seus lindos móveis artesanais, feitos com talos de
Em uma dessas minhas andanças pela Chapada dos Veadeiros, voltei pra casa com umas banquetas lindas, feitas com talos de buriti. Outro dia passei por Cavalcante e tentei achar, sem sucesso, o artesão que faz essas linduras. Agora, fuçando no Facebook, encontro esta nota do Romulo Andrade, dando notícias do Rosalindo…
Por Zezé Weiss

Pois bem: No post do Romulo, reproduzido abaixo, você vai conhecer um pouco mais sobre os belos móveis deste talentoso artesão cerratense, o que por si só já valeria a leitura, mas tem mais: Romulo nos convida a divulgar o de Rosalindo para, assim, ajudá-lo a construir sua casa e oficina/alelier. Nada mais justo!
 
Para entrar em contato com o Rosalindo, tomo a de linkar você com o Romulo via Facebook. Eu, da próxima vez que for a Cavalcante, vou dar um jeito de encontar o Rosalindo e fazer uma matéria mais completa. Por enquanto, vamos dar uma força pra campanha do Romulo e da Nação Cerratense em defesa do Rosalindo?
 
Rosalindo Danni Gidsicki
 
O POST DO ROMULO
“Buriti quer todo o azul, mas não se aparta de suas águas – carece de espelho. 
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente, aprende.”
 
Rosalino é um jovem artista/ artesão de origem kalunga, um especialista na criação e produção de móveis de buriti. Vive em Cavalcante, antiga vila de garimpo na Chapada dos Veadeiros, onde sabe colher sua matéria prima, com muita sensibilidade e consciência ambiental.  Dentro das belas veredas na região, aproveita o talo das folhas que secam e são descartadas pela palmeira. Os móveis são leves, belos e muito resistentes.  No período da seca, todos os anos, costuma se engajar na brigada de prevenção de incêndios florestais no Parque e proximidades. Com a divulgação de seu trabalho e de suas obras estamos nos mobilizando pra ajudá-lo a construir sua casa e oficina/Atelier. 
A Nação Cerratense agradece.
 
Fonte: Post de Romulo Andrade

Fotos conforme descrição do post: Móveis em buriti, expostos na Pousada Aruana, em Cavalcante – Danny Gidsicki; Rosalindo no buritizal por Romulo Andrade.
Mais informações:  Romulo Andrade


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Réquiem para o Cerrado – O Simbólico e o Real na Terra das Plantas Tortas

Uma linda e singela história do . Em comovente narrativa, o Altair Sales nos leva à vida simples e feliz  no “jardim das tortas” de um pacato  povoado  cerratense, interrompida pela devastação do Cerrado nesses cruéis que nos toca viver nos dias de hoje. 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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