Zé Dirceu: Nosso caminho é um só, a mobilização popular

 Zé Dirceu: Nosso caminho é um só, a mobilização popular –

Do nocaute.blog.br

Uma boa semana para nós de e de combate.

Quero falar hoje do julgamento do no dia 26 de março e o risco dele ser preso. Na verdade, todos nós sabemos que hoje Lula venceria a eleição no primeiro turno. Sabemos também que o PT é o favorito entre os brasileiros, 19% daqueles que têm preferência partidária optam pelo PT. A rejeição do Lula e do PT caíram e sabemos que o governo Temer, usurpador, produto de um golpe parlamentar judicial é um governo ilegítimo e repudiado por 95% dos brasileiros.

O governo Temer fracassou, mas deixou nesse fracasso milhões e milhões de brasileiros desamparados. A emenda constitucional do teto de gastos leva à desorganização da Saúde, da e da Segurança Pública, da Justiça. A reforma da Previdência foi derrotada. A trabalhista levou à insegurança jurídica, precarização do trabalho, redução dos salários médios e aumento das horas trabalhadas. É um governo sem apoio popular.

As esquerdas podem vencer essas eleições.

Ao condenarem Lula e ameaçá-lo de prisão querem impedi-lo de ser candidato, que governe o Brasil e restaure seu social, democrático, de soberania nacional. E mais do que isso, querem impedi-lo de fazer campanha.

Nossa resposta deve ser, em primeiro lugar, demandar pelo nosso direito. É um direito garantido pela peticionar, ter a prestação jurisdicional e também o habeas corpus. Tanto é que a primeira medida do AI-5 foi por fim ao habeas corpus.

Lula está no seu direito, assim como todos nós estamos, ao demandar prestação jurisdicional, ao exigir nossos direitos. Isso está na Constituição da República.

Nosso caminho é um só, a mobilização popular. Por isso que Lula retoma as Caravanas no Sul do país. E a resposta que milhões de brasileiros deram ao assassinato, uma execução , vil, covarde, da vereadora Marielle e seu motorista Anderson, foi rua, protesto, denúncia.

Se prenderem Lula, nós vamos continuar as Caravanas com ele, com o espírito de Lula.

Parlamentares, nossos vereadores, deputados estaduais, federais, senadores, prefeitos, governadores, todas as lideranças democráticas, nacionalistas, progressistas, populares, sociais, devem ir às ruas com milhares de caravanas.

E nós devemos nos preparar para vencer as eleições, eleger um presidente que restaure o legado de Lula, que restaure a soberania nacional e defenda uma agenda social, o com , um desenvolvimento em primeiro lugar para o povo.

As esquerdas vencerão, se unidas. E a nossa principal responsabilidade é essa: unir a para derrotar os golpistas.

Para botar um fim nessa onda reacionária, conservadora cuja solução é subir os morros e matar pobres, ou restaurar a máxima da ditadura na época dos esquadrões da morte: bandido bom é bandido morto. Não resolveu nada e só trouxe vergonha ao país. As execuções extrajudiciais eram uma infâmia, como foi uma infâmia vil a execução da vereadora Marielle.

Meus amigos e minhas amigas, com responsabilidade e serenidade, mas firmes e dispostos à ir para as ruas defender Lula e seu direito sagrado de ser candidato.

Unir as esquerdas e vencer.

 

 

ANOTE AÍ:

FONTE: Matéria e vídeos publicados no NOCAUTE, o Blog do Fernando Morais, em 19 de março de 2018

http://nocaute.blog.br/2018/03/19/nossa-principal-responsabilidade-e-unir-a-esquerda-para-derrotar-os-golpistas/

Dirceu e Lula de barba

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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