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Feijoada: O Prato Que É a Cara do Brasil

FEIJOADA: O PRATO QUE É A CARA DO BRASIL

Feijoada: O Prato Que É a Cara do

A feijoada é um dos pratos mais icônicos da gastronomia brasileira, destacando-se não apenas pelo seu sabor inconfundível, mas também pela sua rica e cultural. Este prato, que mistura carnes variadas com feijão preto, tem uma presença marcante nas mesas brasileiras, especialmente em ocasiões especiais e reuniões familiares.

História e Tradição da Feijoada

Feijoada

A feijoada tem uma história fascinante que mistura e europeias.

Há quem acredite que a tem origem nas senzalas, sendo criada pelos escravos com as sobras de carne que vinham da casa grande.

Outras teorias apontam para europeias, sugerindo que o prato tem origens no Império Romano, onde já se cozinhavam tipos diversos de carne com feijão branco. Independentemente de suas origens, a feijoada como conhecemos hoje é inegavelmente uma criação brasileira.

O primeiro registro da feijoada com o nome que conhecemos remonta a 1833, quando apareceu no cardápio do elegante Hôtel Théâtre em Recife, sob a descrição “feijoada à brasileira”. Desde então, a feijoada tornou-se um símbolo nacional, representando a fusão de culturas e a rica do Brasil.

Ingredientes Essenciais para a Feijoada

A feijoada é feita com uma combinação especial de carnes e feijão preto, que são cozidos lentamente para criar um prato saboroso e nutritivo. Os ingredientes típicos incluem:

  • 800 gramas de pé, orelha, rabo e pele de porco: Esses cortes, conhecidos por sua riqueza em sabor, são fundamentais para a autenticidade do prato.
  • 200 gramas de carne : A carne seca adiciona um toque de sabor profundo e salgado.
  • 200 gramas de paio defumado: O paio é uma linguiça defumada que contribui para o sabor robusto da feijoada.
  • 200 gramas de costelinha de porco defumada: A costelinha adiciona um sabor defumado e textura ao prato.
  • 100 gramas de linguiça de porco: Outra variação de linguiça que complementa o sabor do prato.
  • 500 gramas de feijão preto: O feijão preto é a base da feijoada, trazendo uma textura cremosa e saborosa.
  • 3 cabeças de cebola e 3 dentes de alho: Esses ingredientes são essenciais para o tempero da feijoada.
  • 2 folhas de louro: O louro adiciona um aroma e sabor característicos.
  • Coentro e cebolinha a gosto: Para finalizar e adicionar frescor.
  • Pimenta malagueta a gosto: Para quem gosta de um toque de picância.

Modo de Preparo da Feijoada

1. Preparação das Carnes

  1. Comece cortando as carnes em pedaços adequados. Dessalgue e lave bem os pés, orelhas, rabos e peles de porco em água fervente para remover o excesso de sal e impurezas.
  2. Corte o paio e a linguiça e reserve.
  3. Refogue ligeiramente as carnes em uma panela grande para selar os sabores.

2. Cozimento do Feijão

  1. Adicione o feijão preto à panela com as carnes refogadas. Coloque água suficiente para cobrir todos os ingredientes e adicione as folhas de louro.
  2. Cozinhe em fogo baixo, mexendo ocasionalmente, até que as carnes estejam quase totalmente cozidas.

3. Preparação do Refogado

  1. Em uma panela de barro ou ferro (se disponível), aqueça uma colher de óleo e frite o alho amassado até que fique dourado.
  2. Adicione a cebola cortada em quadradinhos pequenos e refogue até que fique transparente.
  3. Despeje o feijão já cozido na panela com o refogado. Corrija o sal e deixe ferver por alguns minutos, até que o caldo engrosse e todos os sabores estejam bem incorporados.

4. Finalização

  • Depois de pronta, prepare o molho de pimenta para acompanhar a feijoada. Amasse as pimentas malaguetas, misture com coentro e cebolinha picados e cubra com caldo do feijão.
  • Sirva a feijoada acompanhada de arroz branco, couve levemente refogada, farofa e laranja. Esses acompanhamentos complementam o prato e proporcionam uma refeição completa e deliciosa.

 

Feijoada: O Prato Que É a Cara do Brasil

Apreciação e Cultura

A feijoada não é apenas um prato; é uma celebração da . Em cada garfada, você experimenta a mistura de culturas e tradições que definem o Brasil. É um prato que une famílias e amigos, proporcionando momentos de confraternização e alegria.

Mesmo com suas raízes controversas e uma história que abrange diferentes influências, a feijoada representa a do Brasil e continua a ser uma das maiores expressões de nossa gastronomia.

Seja em um almoço de domingo ou em uma festividade, a feijoada é o prato que sempre traz um pedaço do Brasil para a mesa. Desfrute desta iguaria com orgulho, sabendo que você está apreciando não apenas um prato, mas uma rica herança cultural.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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