Brasília: uma jovem senhora à mercê do imponderável!

Brasília: uma jovem senhora capital à mercê do imponderável!

Por Marcelo Abreu 

Que Deus nos proteja

Brasília completa 58 anos em 21 de abril. Ok. Uma senhora. Uma jovem senhora capital. E já desaba, literalmente. Semana passada, foi um prédio na 210 Norte. Hoje, parte do Eixão, a principal via da cidade, que liga a Asa Sul à Asa Norte. São 16km sem semáforos, em linha reta, sem curvas, trânsito rápido, em média 80km/h.

Será que, quando completar um século de , a capital ainda existirá? Inteira? Ou já restarão ruínas? Na TV, especialistas dizem o que qualquer leigo já sabe: “Faltam manutenção, reparos etc, etc, etc”.

Eles, na verdade, dizem isso há algum . Desde os meus tempos de repórter foca, bem jovem, ouvia dizer que as marquises da W3 Sul sofrem risco de desabar. Fiz matéria sobre isso. Eu envelheci. Pouco a pouco elas dão sustos. E as respostas são as mesmas.

Até quando a população ficará à mercê do imponderável? Da de não morrer esmagada debaixo de um prédio, de uma avenida que desabafa ou de uma marquise que destruirá vidas? Onde será o desabamento de amanhã? A que horas? Que Deus nos proteja.

É só o que nos resta.

Desabamento Galeria dos Estados El pais

SOBRE O DESABAMENTO NO EIXÃO SUL NESTE 6 DE FEVEREIRO

Um trecho do viaduto do Eixão Sul, conhecido como viaduto da Galeria dos Estados, na região central de Brasília, desabou por volta das 11h30 desta terça-feira próximo à rodoviária do Plano Piloto, uma das áreas mais movimentadas da capital federal. Duas das três faixas do sentido sul ruíram.

Informações preliminares das autoridades ninguém ficou ferido. Imagens aéreas mostram diversos carros presos sob a pista. Uma churrascaria localizada sob a via também teria sido atingida – uma parede do estabelecimento foi danificada e algumas mesas estão sob os escombros. O Eixão é uma das principais vias para quem se dirige ao Setor Bancário Sul e ao Setor Comercial Sul da capital federal.

 De acordo com fontes dos , “outras partes do viaduto agora estão com a estrutura comprometida”. Cães farejadores serão usados para tentar localizar possíveis pessoas soterradas.
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O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg (PSB), está no local e afirmou que uma série de viadutos da capital estavam passando por obras de manutenção e vistoria, mas que o Eixão ainda não havia sido analisado pelos técnicos. “São viadutos antigos, fizemos manutenção em oito no ano passado, inclusive com reforço de estrutura, mas infelizmente este não recebeu”, afirmou.
 
O Governo de Brasília afirmou em nota que “as forças de já estão no local para averiguar as causas do desabamento”. Um estudo de 2011 realizado pelo Sindicato de Engenharia e Arquitetura (Sinaenco) apontou problemas no viaduto, como rachaduras e possíveis infiltrações.

Para a presidenta do Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia do Distrito Federal, de  Fátima Ribeiro Có, faltam verbas para “este tipo de serviço [manutenção de grandes obras]”. “Mas não podemos criar caos e alarde, vamos analisar com calma a situação do viaduto agora”, disse.

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Marcelo Abreu é jornalista. Este foi extraído de sua página no Facebook: Marcelo Abreu A matéria que segue o texto de Marcelo é do jornal elpais Não foi possível identificar a autoria das fotos.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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