Física quântica made in Alagoas

Física quântica made in Alagoas

 
Física quântica made in Alagoas coordenado pelo professor Willamys Soares se baseou na óptica clássica. Foto: Divulgação.

Pesquisadores publicam artigo na Scientific Reports sobre fenômeno quântico chamado ‘momento angular orbital’
Uma solução simples e elegante para observar um fenômeno quântico chamado “momento angular orbital”. Esse foi o resultado da pesquisa de físicos alagoanos, que se baseou na óptica clássica, e resultou no artigo “Medição direta da carga topológica em feixes elípticos utilizando difração em uma abertura triangular” que acaba de ser publicado na revista Scientific Reports, do grupo editorial Nature.
Fenômenos quânticos, basicamente, medem variações de energia na matéria, especialmente nas partículas subatômicas. Isso quer dizer que eles utilizaram a geometria e lasers para medir um tipo de rotação característico das partículas de luz, os fótons, sem necessidade de aparatos ultrassofisticados, que demandam milhões ou bilhões em investimento, como seria o caso de um acelerador de partículas.
O estudo foi coordenado pelo professor Willamys Cristiano Soares da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e contou com a colaboração do aluno de doutorado Leandro Melo e do professor Alcenísio Jesus-, ambos do departamento de Física da UFAL, além do professor Paulo Henrique Ribeiro da Universidade Federal de Santa Catarina e do professor Sabino Chavéz-Cerda do Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica y Electrónica, Puebla, México.
quântica
De acordo com o professor Soares, “Este fenômeno vem atraindo bastante atenção durante os últimos 25 anos e seu estudo tem produzido grandes resultados, ao mesmo surpreendentes e fascinantes, em diferentes campos de pesquisa como informação quântica, comunicação óptica e pinças ópticas”, observa o pesquisador.

Física quântica made in Alagoas

Física quântica made in Alagoas

Pesquisa do grupo do professor Willamys Soares resultou em artigo publicado na revista do grupo editorial Nature. Foto: Arquivo pessoal.

 
Estas aplicações possíveis dizem respeito, respectivamente, à transmissão de dados em altíssima velocidade, ao limite de cálculos dos processadores mais poderosos viáveis na atualidade e às fronteiras de Física experimental hoje, que lida com elementos como micropartículas, nanoestruturas, armadilhas para átomos e comunicação quântica de alta performance.
“Mas, observar esse fenômeno é muitas vezes uma tarefa complicada”, continua o pesquisador. “Nós mostramos como medir o momento angular orbital de um feixe de luz de uma forma simples”, resume Willamys Cristiano. A simplicidade, no caso, tem a ver com os feixes luminosos passando por um triângulo isósceles.
 
Apoio
Scientific Reports é classificada como um periódico da mais alta qualidade, A1, de acordo com o ranking Qualis, do Brasil, e também possui um alto fator de impacto científico internacional. Ou seja, os trabalhos publicados lá se tornam influentes devido a um grande número de citações.
“É importante ressaltar o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do de Alagoas (Fapeal) nos últimos anos aos pesquisadores do interior de Alagoas. Sem esse apoio, não teríamos como publicar nossos resultados em uma revista de prestígio como a Nature”, comenta o docente do campus Arapiraca.
O também contou com recursos das agências de fomento federais Capes e CNPq e apoio do Instituto Nacional de Ciência e de Informação Quântica (INCT-IQ). O artigo está disponível na íntegra e online, em inglesa, no site da Nature.
ANOTE AÍ

Fonte: Nossa Ciência


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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