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O ecofeminismo no Brasil

O ecofeminismo no Brasil

As mulheres do campo, da cidade, das aldeias e das florestas; as quilombolas e as ribeirinhas; as artistas e as artesãs; as mulheres da política e dos sindicatos, todas elas que lutam em defesa da natureza, por justiça social, econômica e ecológica têm em comum a luta Ecofeminista.

Por Iolanda Rocha 

O Ecofeminismo parte do princípio de que é preciso haver uma conexão nas lutas em defesa dos direitos do homem, da mulher e da natureza. É necessário que haja equilíbrio e uma convivência harmoniosa entre o ser humano consigo mesmo e com os demais seres que habitam o planeta Terra.

Muitas mulheres no Brasil, assim como em vários países do mundo, se identificam e se comprometem com as lutas em defesa de um mundo melhor e pela da sustentabilidade planetária. 

Muitas de nós fazemos parte dessa história e entendemos que o patriarcado capitalista suga a natureza como matéria, utiliza a mão de obra escravizada de homens e mulheres para retirarem os recursos naturais até a última gota de vida com o objetivo do enriquecimento ilícito, às custas do trabalho e da mão de obra da classe trabalhadora. Como diz Vandana Shiva: “O patriarcado capitalista considera a natureza como matéria inerte e as mulheres como seres passivos”. 

Quando as mulheres se unem em defesa de seus direitos e em defesa da natureza, amedrontam esse poder destruidor. Propõem alternativas de uma vida digna e saudável para todas as mulheres e homens, com respeito aos bens naturais, aos povos originários e a todos os povos que vivem com respeito à natureza, sem destruírem o maior patrimônio, que é o patrimônio natural, as águas, as florestas, os animais, as culturas ancestrais, sem derrubarem uma árvore e nem ameaçarem a vida de outros seres vivos.

O Brasil tem vivido ultimamente uma perspectiva de dias melhores e de experiências com participação de mulheres ecofeministas na esfera do poder. A primeira-dama do país, a nossa querida Janja, comemora com a Resistência (cadelinha adotada por ela e o presidente Lula) e os demais animais do Palácio do Planalto a promulgação da Lei que impede a utilização de animais para testes de cosméticos e outros. 

Pela primeira vez no país, houve criação do Ministério dos Povos Indígenas com uma mulher, Sonia Guajajara, à frente. Marina Silva Ministra do Meio ambiente e Mudanças Climáticas tem trazido de volta, com muita garra, a defesa da Amazônia e dos biomas brasileiros, além da preocupação com as mudanças climáticas discutidas no mundo inteiro. 

E tantas mulheres que fazem parte dessa história, nas lutas em defesa de uma sociedade justa, humana, igualitária, com respeito aos nossos direitos e aos direitos da natureza, entre elas estão as ecofeministas Ivone Gebara, Zezé Weiss, Angela Mendes, Nonô Noleto, Vanessa Lemgruber, Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST, do Movimento de Mulheres Camponesas – MMC, e tantas militantes das causas sociais e ambientais. Mulheres que fazem das suas vidas uma bandeira de luta. Mulheres que não fogem e não fugiram às lutas, que deram as suas vidas em defesa das causas socioambientais como Margarida Alves, Dorothy Stang, mulheres indígenas, quilombolas, sem terras… toda a nossa solidariedade Ecofeminsita.

Iolanda capa Iolanda Rocha – Educadora Ecofeminsita e Socioambientalista.

 

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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